CAMARA DOS DEPUTADOS – Brasil falha em reduzir emissões de gases do efeito estufa e é criticado por especialistas em debate na Câmara

Especialistas afirmam que os esforços feitos pelo Brasil até o momento para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e contribuir com as metas relacionadas às mudanças climáticas têm sido ineficientes. Essa avaliação foi feita durante um seminário realizado nesta quarta-feira (18) na Câmara dos Deputados. O objetivo do evento foi preparar o país para a COP-28, convenção do clima que acontecerá em Dubai, nos Emirados Árabes, entre novembro e dezembro.

De acordo com Hugo do Valle Mendes, representante do Ministério do Meio Ambiente, mesmo as metas estabelecidas no Acordo de Paris, conhecidas como Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), resultam em um aumento da temperatura maior do que o previsto. Ele ressaltou que as políticas atuais dos países levarão a um aumento de 2,8 graus Celsius na temperatura, enquanto as NDCs resultarão em um aumento de 2,4 graus Celsius. Mendes destacou a distância entre a implementação das promessas das NDCs e a meta do Acordo de Paris, que busca limitar o aumento da temperatura a 1,5 grau Celsius.

Cláudio Ângelo, do Observatório do Clima, afirmou que os esforços feitos até agora foram “altamente insuficientes”. Ele ressaltou a necessidade de reduzir as emissões em 8% ao ano até 2030, porém, as emissões continuam aumentando.

Durante o seminário, também foi discutida a transição energética do Brasil. Gustavo Santos Masili, do Ministério de Minas e Energia, ressaltou que em 2022 quase metade da energia consumida pelos brasileiros foi renovável, sendo que 90% da eletricidade foi proveniente de fontes renováveis. Ele destacou que ainda há muito a avançar nos próximos anos. Já Eric Cabral da Silva Moreira, representante da Petrobras, informou que a empresa reduziu suas emissões em 40% entre 2015 e 2022.

Por outro lado, Nicole Oliveira, do Instituto Internacional Arayara, apontou retrocessos na área energética. Ela criticou o aumento do uso de gás na matriz energética brasileira, destacando a incoerência no discurso de descarbonização da Petrobras, que estaria pressionando órgãos ambientais para a exploração na margem equatorial, colocando em risco o meio ambiente e as comunidades tradicionais.

O deputado Nilto Tatto, presidente da Frente Parlamentar Ambientalista, ressaltou a importância de os parlamentares se prepararem para a COP-28, destacando que pouco do que foi acordado até o momento em relação às mudanças climáticas foi efetivamente cumprido.

Diante desse cenário, é necessário que o Brasil reavalie suas políticas e intensifique seus esforços para combater as mudanças climáticas. É fundamental que o país defina uma mensagem clara a ser transmitida para o mundo e priorize iniciativas como energias renováveis, regularização fundiária e demarcação de terras indígenas. Todo esse comprometimento é essencial para que o Brasil não tenha sua credibilidade em risco quando sediar a COP-30 em 2025.

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