CAMARA DOS DEPUTADOS – 123milhas suspende emissão de passagens promocionais devido a preços inesperados, afirma dono em depoimento à CPI das Pirâmides Financeiras.

A 123milhas, uma das principais empresas do setor de passagens aéreas promocionais, teve que suspender a emissão dessas passagens devido a uma série de fatores que não estavam previstos pelos responsáveis. O sócio e administrador da empresa, Ramiro Madureira, prestou depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras nesta quarta-feira (6) e explicou que tanto os preços das passagens quanto o fluxo de novas compras no site não se comportaram conforme o previsto, o que levou à suspensão da linha promocional.

Na ocasião, Madureira afirmou que a ideia era que o custo das passagens promocionais diminuísse com o tempo, à medida que a empresa ganhasse eficiência na tecnologia de operação e o mercado de aviação se recuperasse dos efeitos da pandemia. No entanto, ele ressaltou que o mercado tem se comportado como se estivesse em uma alta temporada constante, o que abalou não apenas a linha promocional, mas toda a 123milhas.

Os advogados do empresário esclareceram que a dependência de novas receitas não está ligada apenas à linha promocional, mas sim a todos os produtos vendidos pela empresa. Madureira expressou confiança na continuidade da 123milhas, que agora está em recuperação judicial. Segundo ele, é necessário que a empresa continue funcionando para que os 150 mil consumidores que teriam viagens marcadas para 2023 sejam ressarcidos dentro do plano de recuperação.

Na próxima semana, será realizada uma reunião com a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacom) do Ministério da Justiça para negociar um acordo de compensação aos clientes. A empresa já suspendeu a venda de passagens da linha promocional e prometeu compensar os clientes com vouchers. No entanto, a reação negativa dos consumidores e das autoridades públicas, além das movimentações dos bancos e financiadores, levaram a empresa a entrar com um pedido de recuperação judicial.

Durante a CPI, também foi abordada a questão da venda de milhas. A Hotmilhas, associada à 123milhas, intermediava a compra e venda de milhas entre os clientes. O presidente da CPI, deputado Aureo Ribeiro, questionou por que os clientes que venderam milhas para a Hotmilhas não receberam pela transação. Ramiro Madureira não respondeu diretamente a essa pergunta, pois foi orientado por seu advogado a permanecer em silêncio com base em um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Em relação à Hotmilhas, a dona da empresa, Tânia Madureira, afirmou que eles possuem um estoque de cerca de 500 milhões de milhas não utilizadas de 15 mil pessoas e planejam negociar a devolução dessas milhas durante o processo de recuperação judicial.

Durante o depoimento, o deputado Ricardo Silva, relator da CPI, mostrou algumas promoções feitas pela 123milhas, como passagens para Nova York a R$ 1.089, e questionou se os sócios lucraram com essas promoções. Madureira optou por permanecer em silêncio novamente, seguindo a orientação de seu advogado. Posteriormente, ele explicou que esses preços eram exceções e que, de forma geral, a empresa reduzia os preços das passagens dentro da curva de comportamento observada.

A audência também abordou a participação da dona da Hotmilhas, Tânia Madureira, que ressaltou que as companhias aéreas não permitem a venda de milhas e até entraram na Justiça contra a empresa. No entanto, segundo ela, a Justiça deu ganho de causa à Hotmilhas.

Em resumo, a 123milhas teve que suspender a emissão de passagens promocionais devido a fatores imprevistos que afetaram o preço das passagens e o fluxo de novas compras. A empresa está em recuperação judicial e planeja negociar um acordo de compensação com os clientes. A questão da venda de milhas pela Hotmilhas também foi abordada durante a CPI, mas não houve respostas concretas por parte dos responsáveis.

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