A situação começou quando o ator Léo San, que interpreta um dos personagens da peça, precisou tirar a roupa em uma das cenas. A nudez em cena gerou um burburinho na sala e, na segunda fileira da plateia, um casal de idosos acabou se desentendendo. O homem, visivelmente incomodado, levantou-se e deixou o teatro, enquanto a mulher permanecia sentada, impassível.
Jacqueline Gomes, assistente de produção do espetáculo, relatou que o homem protagonizou uma cena constrangedora ao manifestar sua indignação com a nudez em cena. Ele chegou a afirmar que seu casamento estava acabado se a esposa não saísse imediatamente dali com ele. Os seguranças precisaram intervir para que ele não perturbasse a sessão.
A funcionária do teatro, Jacqueline, tentou se comunicar com a espectadora na segunda fileira, mas não obteve sucesso. O homem, ainda inconformado, ameaçou entrar novamente na sala, mas foi impedido. Após o episódio, ele retornou mais calmo, porém continuou criticando a esposa e seu comportamento.
A cena que provocou toda a controvérsia ocorre no início da peça, quando um dos personagens tira a roupa e beija outro homem. O diretor do espetáculo, Francis Mayer, ponderou sobre as reações do público diante da nudez masculina em cena e destacou que ainda há preconceito em relação a esse tipo de representação no teatro.
Ao final do espetáculo, a mulher que assistia à peça demonstrou apoio aos funcionários do teatro e repudiou o comportamento do marido, considerado extremamente preconceituoso. Ela elogiou a peça e afirmou estar tranquila, planejando retornar para assistir novamente.
Apesar do incidente, a apresentação de “Pasolini no deserto da alma” segue em cartaz, sem alterações em sua programação. A polêmica em torno da nudez e das reações do público ainda ecoam nos corredores do Teatro Glauce Rocha, refletindo a diversidade de opiniões e sentimentos despertados pela arte teatral.
