Brasil é o 8º país com mais suicídios no mundo.

Situações de separação, divórcio, luto recente, solidão, desemprego, mudança ou perda recente de trabalho, problemas escolares ou laborais, doença grave ou crônica e dependência de drogas e álcool podem, efetivamente, resultar numa resposta negativa e conduzir ao suicídio. O que encontramos nos suicidas é a associação de um alto grau de desesperança a uma grande incapacidade de resolver problemas.

Mais de 50% das pessoas que se suicidaram sofriam de depressão. O isolamento, a sensação de desintegração social e de não pertença, detêm um peso significativo na decisão suicida.

Antes de tudo, é preciso diferenciar tristeza de depressão. Muitas pessoas cometem esse erro. A tristeza tem relação com um fato específico, como uma perda, e sua cura é o tempo. A depressão é a perda do prazer em viver, muitas vezes sem relação com um fato triste. A pessoa perde interesse no que gostava de fazer e em aspectos básicos da vida, dormir, comer. 60% dessas pessoas depressivas manifestam algum pensamento suicida.

Os índices revelam que as pessoas sozinhas, solteiras, divorciadas ou viúvas se suicidam mais do que as outras. Pessoas com redes sociais, com família próxima e amigos chegados, que estabelecem laços fortes têm mais possibilidades de receber ajuda no caso de estarem em crise.

A Dra. Alana Peixoto de Almeida, Psicóloga cognitivo-comportamental, esclarece a diferença entre um pensamento de morte, de não existir, querer morrer e a ideação suicida, que é o ato propriamente dito. Além disso, essa ideação ela pode ser com um plano ou sem um plano prévio.

“A partir do momento que o paciente revela a ideação suicida, começa um trabalho estratégico para dar forças a ele. Geralmente, traçamos planos através dos seus dados coletados por uma descoberta guiada, para que essa pessoa consiga identificar motivos que a faça mudar de ideia. O objetivo é transformar o humor do paciente, então, através de atividades prazerosas com base no que ele gosta de fazer, em pessoas que o deixa mais feliz, tentamos melhorá-lo”, conta a psicóloga.

Infelizmente, a política do nosso país tem uma cultura de tratar doenças e não de promover saúde. Seria melhor que houvesse uma promoção à saúde, de forma preventiva. Psicólogos irem até às comunidades, conversar com as pessoas, trazendo mecanismos efetivos para que, futuramente, possa diminuir o suicídio dentro do Brasil.

Segundo o último relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde) o Brasil é o 8º país com mais suicídios no mundo. De acordo com a agência “Os transtornos mentais e consumo nocivo de álcool contribuem para mais casos em todo o mundo. A identificação precoce e eficaz são fundamentais para conseguir que as pessoas recebam a atenção que necessitam”. Ou seja, existe um déficit muito grande na saúde pública brasileira que impede a prevenção do suicídio.  A principal chave é quebrar o tabu e conscientizar sobre esse tipo de morte.

Em Alagoas, conforme informações do HGE (Hospital Geral do Estado) foram atendidas 290 tentativas de suicídio em 2017. Ao todo, o hospital atendeu 174 mulheres e 116 homens que tentaram tirar a própria vida.

O CVV (Centro de Valorização da Vida) realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias. Disque 188.

Valorize sua vida e busque ajude. Não seja apenas mais um número para as estatísticas.

* Por Maysa Alves – estagiária sob supervisão – 25/07/18

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