Bolsonaro havia sido intimado a prestar depoimento nesta quarta-feira, juntamente com seu ex-secretário e advogado Fabio Wajngarten, que o acompanhava no passeio de moto aquática que deu origem ao inquérito. No entanto, a oitiva foi adiada para o dia 27 deste mês.
O ex-presidente atribuiu a abertura da investigação contra ele à decisão de alguém em Brasília, e ironizou o inquérito, que foi aberto após vídeos mostrarem Bolsonaro próximo a uma baleia no Litoral Norte de São Paulo. Segundo uma lei de 1987, qualquer forma de molestamento intencional de cetáceos é proibida nas águas jurisdicionais brasileiras, com pena de prisão e multa.
Esta não é a primeira vez que Bolsonaro se vê envolvido em polêmicas. Em novembro, o ex-presidente fez um comentário considerado gordofóbico em relação a Flávio Dino, então ministro da Justiça e Segurança Pública. Na ocasião, Bolsonaro afirmou que “a única baleia que não gosta de mim na Esplanada é aquela que está no ministério, que diz que eu queria dar golpe, mas some com vídeos”.
O ex-presidente tem utilizado discursos e atos para manter sua militância engajada, acusando o governo de Lula e o Judiciário de perseguição. Além disso, Bolsonaro vem fazendo uma série de viagens pelo país, buscando manter o bolsonarismo vivo nas eleições municipais deste ano e fortalecer seu grupo político para uma possível volta ao poder em 2026.
Essa estratégia tem sido comparada à adotada por Lula em 2017, com a “Caravana Lula pelo Brasil”, antes de ser preso na Lava-Jato e impedido de disputar as eleições do ano seguinte. Assim como o petista em 2018, Bolsonaro também está inelegível por decisão do TSE e não poderá disputar o próximo pleito presidencial.
Portanto, as declarações de Bolsonaro e sua postura diante das investigações e perseguições têm gerado polêmica e mantido o ex-presidente em destaque na cena política nacional.