Bloco Pacotão, tradicional do carnaval de Brasília, dá destaque a causas internacionais na edição de 2024

No último domingo, o Pacotão, um renomado bloco de carnaval de rua em Brasília, chamou atenção ao dar destaque a causas internacionais em sua edição de 2024. O bloco, conhecido por seu bom humor e críticas à política nacional, optou por ampliar seus horizontes e ampliar o leque de reivindicações, além de manter a tradição de ser politizado.

Dentre as causas abordadas, o Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino do Distrito Federal teve papel de destaque na linha de frente do desfile. Além disso, outros povos, como os de Burkina Faso e da Saara Ocidental, também foram representados, apontando denúncias contra governos e governantes que, segundo os foliões, não respeitam a dignidade humana.

O evento atraiu visitantes de outras cidades, como o carioca de 48 anos, André Constantino, que abandonou o carnaval do Rio de Janeiro para conhecer de perto o famoso Pacotão de Brasília. Segundo ele, a tradição política do bloco foi o que mais chamou sua atenção, optando por um carnaval mais tranquilo em meio às críticas e reivindicações.

Cada grupo levou consigo sua própria pauta. Constantino, membro do Movimento Nacional das Favelas e Periferias, vestiu uma camiseta com a imagem de Thomas Sankara, ex-presidente de Burkina Faso, e explicitou seu desejo de se juntar à Ala da Causa Palestina durante o desfile.

Já o jornalista Pedro Batista, integrante do Comitê de Solidariedade ao Povo da Palestina, destacou que a presença no carnaval foi uma forma de mostrar o sofrimento do povo de Gaza, e ressaltou a importância da arte e do carnaval como espaços de denúncia.

Além das representações da Palestina, o bloco também abordou a ocupação dos territórios do Saara Ocidental, contando com a presença de Toninho Andrade, de 70 anos, atuante na defesa da causa desde 1975. A Frente Polisário marcou presença e levou representantes do povo saaraui, buscando apoio e reconhecimento no Brasil.

Ao final do desfile, a temática nacional também se fez presente, com a participação da fanfarra Muralha Antifascista, que além de críticas ao governo Bolsonaro, abordou questões feministas. O engenheiro agrônomo João Neto, de 75 anos, por sua vez, estampava em sua camisa a imagem do ministro Alexandre de Moraes, do STF, em homenagem à sua atuação na defesa da democracia.

Com isso, o Pacotão se consolidou mais uma vez como um bloco político e engajado, abrindo espaço para diversas causas e levantando discussões importantes em meio à folia carnavalesca em Brasília.

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