Bernardo Arévalo é eleito presidente da Guatemala após vitória no segundo turno das eleições.

Bernardo Arévalo, do Movimento Semente, foi eleito presidente da Guatemala após o segundo turno das eleições no país da América Central, de acordo com anúncio feito pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no domingo à noite. O candidato de centro-esquerda obteve 59% dos votos, derrotando sua adversária, a ex-primeira-dama Sandra Torres, da Unidade Nacional da Esperança (UNE), que conquistou 36% dos votos e tinha sido a mais votada no primeiro turno.

Durante uma coletiva de imprensa para divulgar os resultados, a presidente do TSE, Irma Palencia, afirmou que já era possível afirmar com segurança a vitória de Arévalo, uma vez que, com 95% das urnas apuradas, a diferença de votos era matematicamente inalcançável para a adversária. O comparecimento às urnas foi de 45%, abaixo dos 60% registrados no primeiro turno.

O atual presidente da Guatemala, Alejandro Giammattei, parabenizou Arévalo através de sua conta no Twitter, desejando sucesso em sua gestão e convidando-o para uma transição ordenada. Arévalo, nascido em Montevidéu em 1958, é filho de Juan José Arévalo, primeiro presidente democrático do país após anos de ditaduras. Com formação em sociologia, ele também já atuou como vice-chanceler e embaixador do país na Espanha.

Durante a campanha eleitoral, Arévalo apresentou propostas de combate à corrupção e prometeu seguir os passos do pai para reduzir a pobreza no país. No entanto, tanto ele quanto sua adversária, Sandra Torres, evitaram tocar em questões polêmicas como a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo e a legalização do aborto, que só é permitido em casos de risco para a mãe.

Além das questões políticas, a campanha foi marcada pela judicialização do processo eleitoral. Em julho, o partido de Arévalo foi temporariamente inabilitado por questionamentos sobre o processo de inscrição em 2017. No entanto, na véspera das eleições, a Corte Suprema de Justiça da Guatemala suspendeu a medida, garantindo a participação do Movimento Semente no segundo turno.

O Ministério Público também sinalizou que poderá adotar novas ações contra o partido mesmo após a proclamação dos resultados. Essa postura foi criticada pela Missão de Observação Eleitoral da Organização dos Estados Americanos (MOE/OEA). A entidade expressou preocupação com a interferência da justiça no processo eleitoral e pediu estabilidade e tranquilidade antes das eleições.

Com a vitória de Arévalo, a Guatemala espera traçar um novo caminho político, com foco no combate à corrupção e na melhoria das condições de vida da população. Resta agora acompanhar os desdobramentos dessa vitória e as ações do novo presidente eleito.

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