BB deve aumentar juros no financiamento de imóvel

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Banco do Brasil vai aumentar as taxas de juros cobradas em seus financiamentos imobiliários a partir do dia 2 de janeiro de 2016. As mudanças valem tanto para financiamento de imóveis enquadrados no Sistema Financeiro de Habitação (SFH), com exceção da linha Pró-Cotista (que utiliza recursos do FGTS), como para imóveis enquadrados no Sistema Financeiro Imobiliário (SFI).

Para financiamentos de imóveis enquadrados no SFH, as taxas de juros para clientes sem relacionamento prévio com o banco, chamadas de taxa balcão, que eram fixadas em 11,29% ao ano mais a TR (Taxa Referencial) agora passam a variar entre 11,29% ao ano mais a TR até 11,49% ao ano mais a TR.

Ou seja, se antes o banco sempre aplicava uma taxa de 11,29% ao ano mais a TR, agora, dependendo do perfil de crédito do tomador, a taxa pode chegar a até 11,49% ao ano.

No caso de unidades do SFI, a taxa de balcão, que era sempre de 11,29% ao ano mais a TR, pode variar agora entre 12,29% ao ano mais a TR até 12,49% ao ano mais a TR.

Assim, se antes as taxas de balcão dos financiamentos do SFI e SFH eram fixadas em 11,29% ao ano, a partir de janeiro, as taxas do SFI serão bem maiores que as taxas do SFH, o que significa que o cliente que comprar imóveis de valores maiores deve sentir ainda mais o impacto do aumento dos juros.

O SFH utiliza recursos da poupança para financiamentos de até 750 mil reais nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e no Distrito Federal e de até 650 mil reais nos demais estados. Como o sistema é regulado pelo Banco Central (BC), suas taxas não podem passar de 12% ao ano.

Já o SFI é o sistema usado para financiamentos de imóveis de valores maiores e utiliza recursos captados pelos próprios bancos entre investidores, por exemplo. Como o SFI não é regulado, os bancos não têm limite para cobrar juros nestas operações.

Vale ressaltar que os aumentos são válidos apenas para as taxas de balcão. Assim, clientes que já possuíam relacionamento com o banco podem não sentir diferenças.

Custo do financiamento pode aumentar em até 136 mil reais

As novas taxas podem gerar custos adicionais de 136,9 mil reais no caso de um financiamento de um imóvel no valor de 800 mil reais, enquadrado no SFI. Se o valor do imóvel for de 500 mil reais, o que irá enquadrar a unidade no SFH, a nova taxa irá representar um aumento de 14,2 mil reais.

Veja nas tabelas a seguir os resultados do levantamento:

Imóvel de 500 mil reais (SFH)

Condições da simulação: valor do imóvel: 500 mil reais; entrada: 20% do valor do imóvel; valor do financiamento: 400 mil reais; prazo: 360 meses; idade do comprador: 45 anos.

Condição Atual Após 02/01/16
Taxa de Juros (efetiva) 11,29% 11,49%
CET (Custo Efetivo Total) 15,37% 15,57%
Primeira parcela R$ 4.846,18 R$ 4.905,85
Última parcela R$ 2.645,96 R$ 2.646,35
Valor total do financiamento R$ 1.654.328,90 R$ 1.668.534,10

Fonte: Canal do Crédito

Imóvel de 800 mil reais (SFI)

Condições da simulação: valor do imóvel: 800 mil reais; entrada: 20% do valor do imóvel; valor do financiamento: 640 mil reais; prazo: 360 meses; idade do comprador: 45 anos.

Condição Atual Após 02/01/16
Taxa de juros 11,29% 12,49%
CET (Custo Efetivo Total) 15,97% 16,52%
Primeira parcela R$ 7.738,90 R$ 8.314,03
Última parcela R$ 4.218,52 R$ 4.222,29
Valor total do financiamento R$ 2.641.524,38 R$ 2.778.462,81

Fonte: Canal do Crédito

Bancos devem seguir a tendência?

O aumento nas taxas do Banco do Brasil acontece após a Caixa anunciar, em outubro, o terceiro aumento da taxa de juros para financiamento de imóveis neste ano. Desde então, os grandes bancos não mexeram nas taxas cobradas em suas linhas de crédito imobiliário.

Na penúltima elevação de juros anunciada pela Caixa, em agosto, os bancos privados, assim como o Banco do Brasil, resolveram reajustar suas taxas cerca de um mês depois do anúncio da Caixa.

De acordo com Marcelo Prata, diretor do Canal do Crédito, quando um banco com forte atuação no mercado de crédito imobiliáro, como a Caixa e o BB, reajusta suas taxas, a tendência é que os bancos privados sigam esse comportamento. “Com menos recursos para emprestar para financiamentos enquadrados no SFH, os bancos podem ter de restringir ainda mais o crédito. Esse fator deve pesar na análise sobre aumentar as taxas agora ou não”.

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