Bancos brasileiros contestam financiamento de US$ 950 milhões pedido pela Gol em recuperação judicial nos EUA.

Dois dos maiores bancos do Brasil expressam preocupações sobre financiamento pedido pela Gol nos EUA

Dois dos principais bancos do Brasil, o Bradesco e o Banco do Brasil, apresentaram à Justiça dos Estados Unidos objeções parciais ao financiamento de US$ 950 milhões solicitado pela Gol no processo de recuperação judicial da companhia aérea. Em documentos protocolados nesta quinta-feira, as instituições bancárias expressaram preocupações sobre os termos do DIP (Debtor in Possession) financing solicitado pela Gol.

O DIP é um mecanismo previsto na lei de falências americana que visa socorrer empresas que estão passando por um processo de reestruturação de dívidas. Na prática, o financiamento oferece prioridade aos credores que fornecem recursos adicionais à empresa, permitindo-lhes “furar a fila” nos créditos a receber da companhia.

Embora não se oponham ao DIP em si, Bradesco e Banco do Brasil contestaram um trecho do acordo que define as garantias aos credores. As instituições bancárias pedem que essas garantias não incluam duas debêntures emitidas em 2018 e 2021, no valor de US$ 299 milhões (aproximadamente R$ 1,4 bilhão), de acordo com os documentos apresentados.

Além disso, os bancos solicitam que os rendimentos e juros das debêntures não estejam sujeitos a ônus das garantias sob o financiamento DIP. Também pedem que não entrem na estrutura de garantias quaisquer direitos creditórios ou recebíveis da Gol fornecidos por devedoras ao Banco do Brasil, incluindo contas de depósito a prazo, certificados de depósito e aplicações financeiras.

A decisão final sobre o DIP da Gol será tomada em uma audiência marcada para a próxima semana, no dia 15 de fevereiro, no Tribunal de Falências do Distrito Sul de Nova York, responsável pelo processo. O prazo para objeções aos termos do acordo se encerrou ontem.

No final de janeiro, o juiz Martin Glenn, responsável pelo Chapter 11 da Gol, aprovou o pedido de recuperação judicial da companhia e autorizou parcialmente o DIP, permitindo o financiamento de US$ 350 milhões para a companhia. O DIP será coberto pelo grupo Abra, holding da Gol e da colombiana Avianca.

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