No entanto, a expectativa de mercado para o próximo ano é de que a Selic termine em 9,25%. O governo, por sua vez, avaliou que as medidas apresentadas ao Congresso para o ajuste fiscal e correções tributárias, aliadas à reforma tributária sobre o consumo, criam um ambiente propício para exigir o corte da taxa básica de juros, mas está longe do número desejado pelo governo.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, critica o fato de a Selic terminar o ano em 11,75%, quando a inflação está próxima de 4%. Na última ata do Copom, os diretores e o presidente da instituição sinalizaram cortes de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões, e afirmaram que esse ritmo é apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário.
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, indicou em palestra que o corte está sinalizado para, pelo menos, duas reuniões à frente. No entanto, o BC continua atento ao cenário inflacionário e as expectativas de inflação como fatores de risco. As pressões inflacionárias globais e a inflação de serviços são alguns dos indicadores mensurados com atenção, o que pode influenciar no ritmo de corte da Selic.
Com a aceleração da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15 ), para 0,33% em novembro, devido ao impulso nos preços de alimentos e passagens aéreas, o Banco Central terá que tomar decisões estratégicas para equilibrar a economia. O mercado aguarda com expectativa o anúncio do corte na taxa básica de juros e as projeções para o próximo ano.