Bancada feminina recria foto histórica da ‘bancada do batom’ em comemoração aos 35 anos da Constituição de 88

A bancada feminina da Câmara dos Deputados e do Senado Federal recriou nesta terça-feira (3) a foto histórica da chamada “bancada do batom”, feita pelas deputadas constituintes na rampa do Palácio do Congresso Nacional, na promulgação da Constituição de 1988.

A “bancada do batom” foi uma aliança suprapartidária entre senadoras e deputadas constituintes para garantir e ampliar os direitos das mulheres. A recriação da foto faz parte das comemorações dos 35 anos da Constituição Federal de 88 na Câmara dos Deputados.

Na época da Assembleia Constituinte, havia 559 integrantes, sendo apenas 26 mulheres, o que representava apenas 5% do total. Hoje, a bancada feminina na Câmara conta com 90 deputadas, ou seja, cerca de 18% das cadeiras. Duas deputadas constituintes ainda ocupam seus cargos hoje em dia: Benedita da Silva (PT-RJ) e Lídice da Mata (PSB-BA).

A atual coordenadora da bancada feminina da Câmara, Benedita da Silva, destaca que o aumento no número de deputadas é resultado da luta incessante das mulheres pela inclusão na política. Ela ressalta que, quando se luta pelos direitos das mulheres, está se lutando pelos direitos humanos, uma vez que as mulheres são maioria da população brasileira e mães dos demais. Portanto, as bandeiras da bancada feminina englobam todas as questões.

Lídice da Mata, outra deputada constituinte, acredita que a presença das mulheres na Assembleia Constituinte foi transformadora para os direitos da mulher. Ela destaca que a Constituição reconheceu, pela primeira vez na história do Brasil, a igualdade entre homens e mulheres diante da lei. Além disso, foram introduzidos diversos artigos relacionados aos direitos da mulher em vários capítulos da Constituição.

Algumas das conquistas mais importantes para as mulheres incluem a licença-maternidade de 120 dias, o direito à creche para crianças, a eliminação da figura do homem como chefe da relação conjugal, o combate à violência doméstica e familiar, o direito à titularidade da terra para mulheres rurais, o direito de amamentar os filhos para mulheres presidiárias, entre outros.

No entanto, a deputada Maria do Rosário ressalta que nem todos os direitos garantidos pela Constituição foram plenamente assegurados no país. Ela afirma que, mesmo tendo uma lei que prevê a equidade salarial entre mulheres e homens, é necessário mudar a cultura da nação para que esse direito seja efetivamente aplicado. Maria do Rosário também destaca que a luta feminina precisa avançar para pôr fim ao desrespeito e à violência contra as mulheres e para alcançar uma representação igualitária no Parlamento.

Apesar dos desafios, Maria do Rosário comemora a diversidade étnico-racial da bancada feminina, que atualmente conta com mais mulheres negras e indígenas. Na Assembleia Constituinte, Benedita da Silva era a única mulher negra.

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