Aumento de ICMS proposto por governadores pode impactar IPCA em até 0,2 ponto, afirma presidente do Banco Central.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, alertou nesta terça-feira para possíveis impactos no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) decorrentes do aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) proposto por governadores do Sul e Sudeste. Segundo Campos Neto, essa medida pode resultar em um acréscimo de 0,1 a 0,2 ponto percentual no IPCA deste ano.

Durante um evento em Brasília, o presidente do Banco Central enfatizou que o governo federal realizou um “esforço fiscal muito grande” após a crise provocada pela pandemia, o que tem facilitado a trajetória de redução da taxa de juros, como observado pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

Contudo, Campos Neto ressaltou que o mercado financeiro ainda demonstra ceticismo em relação às metas estabelecidas pelo governo, devido à necessidade de aumentar as receitas. Ele ponderou que o debate interno no governo pode resultar em uma possível alteração na meta de déficit zero prevista para o próximo ano. A estratégia para manter essa meta inclui a imposição de um limite para os bloqueios no orçamento de 2023, estabelecido em R$ 23 bilhões.

Além disso, o presidente do Banco Central salientou que, apesar do esforço fiscal, a despesa geral do governo ainda se mantém elevada em comparação a outros países emergentes. Ele enfatizou que, apesar disso, o crescimento do Brasil pode reverter essa situação, mas ressaltou que essa questão está no centro das preocupações dos analistas.

Campos Neto também mencionou a carta divulgada pelos secretários de Fazenda de seis estados, que propõe o aumento nas alíquotas do ICMS. Essa medida, segundo o presidente do Banco Central, poderá ter impactos significativos no IPCA, e que ainda não há um número preciso para estimar esse efeito.

Em relação à meta de déficit zero para 2023, o Ministério da Fazenda tem trabalhado para mantê-la, mas existe a preocupação de que essa meta possa ser alterada para um déficit. A Fazenda pretende respeitar a regra que prevê um piso de crescimento da despesa, combinado com um teto para bloqueio nas despesas discricionárias.

O debate em torno dessas questões fiscais continua em destaque no cenário econômico do país, com impactos que poderão influenciar a trajetória da inflação, das taxas de juros e das metas fiscais estabelecidas pelo governo.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!




Botão Voltar ao topo