Aumento alarmante de casos de aids em Alagoas: 168 mortes em 2022, 43,5% a mais do que em 2012, aponta boletim do Ministério da Saúde.

No último década, Alagoas experimentou um aumento significativo no coeficiente de mortalidade por aids, chegando a 16,2%, o que representa um salto de 3,7 para 4,3 óbitos por 100 mil habitantes. Em 2022, o estado registrou 168 óbitos ligados ao HIV ou aids, um aumento de 43,5% em comparação aos 117 óbitos registrados em 2012. Maceió, a capital de Alagoas, teve uma taxa de 8,8 mortes para cada 100 mil habitantes no ano passado, um número superior à taxa nacional. Estas informações foram retiradas do novo Boletim Epidemiológico sobre HIV/aids apresentado pelo Ministério da Saúde, que também aponta uma taxa de detecção de aids de 18,3 casos por 100 mil habitantes em Alagoas, sendo que Maceió registrou 33,5 casos.

Em relação à detecção do HIV, em 2022, foram notificados 43.403 casos em todo o país, 11.414 no Nordeste e 637 em Alagoas. A taxa de gestantes infectadas pelo HIV em Maceió é de 6,4 casos por mil nascidos vivos. O diagnóstico em gestantes é crucial para a aplicação eficaz de medidas de prevenção e para evitar a transmissão vertical do vírus.

Em nível nacional, houve uma redução no coeficiente de mortalidade por aids, passando de 5,5 para 4,1 óbitos por 100 mil habitantes na última década. Em 2022, o Ministério da Saúde registrou 10.994 óbitos relacionados ao HIV ou aids, o que representa uma redução de 8,5% em comparação aos 12.019 óbitos de 2012. No entanto, cerca de 30 pessoas morreram de aids por dia no ano passado.

Do total de óbitos no Brasil em 2022, 61,7% foram registrados entre pessoas negras, com 47% em pardos e 14,7% em pretos, e 35,6% entre brancos. Estes dados realçam a necessidade de considerar os determinantes sociais para responder eficazmente à infecção e à doença.

Para melhorar os indicadores de saúde e orientar as políticas públicas, o Ministério da Saúde tornou obrigatório o preenchimento do campo raça/cor no Cartão Nacional de Saúde, o cadastro do cidadão no SUS, com o objetivo de combater o racismo e promover a igualdade racial. Além disso, em 2023, os sistemas não permitirão mais o registro “sem informação”.

Uma das formas de prevenir o HIV é através do uso da PrEP, método que consiste em tomar comprimidos antes da relação sexual para preparar o organismo para um possível contato com o vírus. Durante o “Dezembro Vermelho”, mês de mobilização nacional de luta contra o HIV, a aids e outras infecções sexualmente transmissíveis, o Ministério da Saúde lançou uma nova campanha de conscientização destacando a importância do cuidado.

Outra medida importante do Ministério da Saúde foi o investimento de R$ 27 milhões para a compra de quatro milhões de unidades de um teste rápido que detecta, simultaneamente, sífilis e HIV. Além disso, houve a diminuição da quantidade de comprimidos ingeridos diariamente para as pessoas que vivem com o vírus, passando de dois para um, o que facilita o tratamento e evita efeitos colaterais.

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