Aumenta a demanda por contas bancárias para crianças e adolescentes: veja os prós e contras dessa tendência.

No atual contexto de aumento da procura por contas bancárias para crianças e adolescentes, os bancos têm desenvolvido plataformas intuitivas e personalizadas, com personagens de filmes e desenhos animados nos aplicativos. Essa estratégia não apenas desperta o interesse dos mais jovens, mas também atrai os pais, que estão em busca de ferramentas para facilitar o pagamento das despesas diárias dos filhos, assim como promover a educação financeira.

Um exemplo disso é o C6, onde as crianças podem escolher entre seis cores diferentes para o seu cartão de débito e personalizar o nome na parte de trás. A possibilidade de customização cria um vínculo emocional e faz com que a criança queira usar e mostrar aos amigos. Além disso, os bancos também oferecem pacotes de benefícios exclusivos para as contas digitais, como descontos em jogos e assinaturas de streaming.

Embora algumas contas digitais atendam até mesmo a recém-nascidos, os principais clientes dessas contas têm entre 13 e 17 anos. Eles utilizam a ferramenta principalmente para receber mesadas e pagar pequenas despesas do dia a dia. Segundo o Mercado Pago, os clientes nessa faixa etária movimentam em média R$ 268 por mês, principalmente em supermercados, restaurantes, lojas de departamento e serviços diversos. Essas transações permitem que eles aprendam a lidar com o dinheiro desde cedo, o que pode resultar em uma relação mais saudável com as finanças na vida adulta.

Com o uso constante do celular, a digitalização dos pagamentos também está presente na vida financeira dos jovens. Os pagamentos instantâneos, como o Pix, são amplamente utilizados pelos clientes menores de idade. Somente no Mercado Pago, foram realizadas 23 milhões de transações entre janeiro e junho deste ano. Além disso, os jovens também estão investindo seu dinheiro, criando objetivos e acompanhando seus rendimentos através dos aplicativos.

No entanto, é importante ressaltar que essa popularização dos meios digitais também traz consigo um aumento nos riscos de fraudes. De acordo com uma pesquisa realizada pela Silverguard, foram registradas 1,7 milhão de fraudes financeiras via Pix somente em 2022. Como as crianças e adolescentes são mais vulneráveis a essas tentativas de golpe, é essencial que os pais e os bancos adotem medidas de segurança e conscientizem os jovens sobre os riscos.

A educação financeira também é fundamental nesse processo. Quanto mais cedo as crianças tiverem contato com conceitos econômicos e aprenderem a lidar com o dinheiro de forma responsável, maior será a sua capacidade de aplicar essas habilidades no futuro. Por isso, muitos especialistas defendem que a abertura de uma conta bancária para crianças e adolescentes esteja acompanhada de programas de educação financeira.

Ensinar os jovens a resistir a impulsos emocionais, a poupar, investir e tomar decisões financeiras conscientes são habilidades essenciais para uma geração mais consciente e menos endividada. Além disso, a educação financeira também é uma disciplina obrigatória nas escolas atualmente, o que contribui para a formação de uma cultura financeira mais sólida.

Portanto, a abertura de contas bancárias para crianças e adolescentes, aliada à educação financeira, pode ser um passo importante para preparar as futuras gerações para lidar de forma saudável e responsável com o dinheiro e fortalecer o sistema financeiro como um todo.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!




Botão Voltar ao topo