Ativista venezuelana Rocío San Miguel detida acusada de conspiração contra Maduro: entenda o caso da principal presa política do país.

A renomada ativista e advogada venezuelana Rocío San Miguel se encontra detida na prisão do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin), mais especificamente em El Helicoide, um espaço conhecido por ser um centro de tortura, segundo ONGs de direitos humanos. Especialista em assuntos militares, Rocío foi presa sob acusações graves, como “traição à pátria”, “terrorismo” e “conspiração” para assassinar o presidente Nicolás Maduro.

Desde o dia 9 de fevereiro, a ativista não teve contato com seus advogados, recebendo apenas uma visita de sua filha, Miranda Díaz. As acusações contra ela são sérias, e sua prisão gerou preocupação não apenas na Venezuela, mas também internacionalmente, com entidades como a União Europeia exigindo sua libertação, sem sucesso.

Rocío San Miguel, que possui dupla nacionalidade venezuelana e espanhola, é diretora da ONG Controle Cidadão, que tem como objetivo monitorar e denunciar violações de direitos humanos tanto de civis quanto de militares na Venezuela. Além disso, sua prisão também afetou sua família, com seu ex-marido, o coronel aposentado Alejandro José Gonzales, sendo detido sob suspeitas de revelar segredos políticos e militares.

Os advogados de Rocío têm enfrentado dificuldades em ter acesso a ela, sendo obrigada a aceitar um defensor público durante audiência. A ativista teve apenas uma visita de sua filha desde sua prisão, e segundo seu advogado, seu estado atual é completamente desconhecido, sem informações sobre sua saúde, alimentação e condições de detenção.

As acusações contra Rocío San Miguel foram baseadas em evidências recolhidas durante uma invasão à sua casa, dias após sua prisão, onde autoridades confiscaram mapas e computadores. Procurador-geral apresentou esses materiais como prova de seu envolvimento em uma suposta conspiração, mas sua defesa ressalta que ela ainda não teve a oportunidade de se defender adequadamente.

O caso de Rocío San Miguel não é isolado, com dados da ONG especializada Foro Penal apontando a existência de 263 “presos políticos” na Venezuela, incluindo 19 mulheres. O Tribunal Penal Internacional também está investigando possíveis crimes contra a Humanidade cometidos pelo governo de Nicolás Maduro, algo que as autoridades venezuelanas negam veementemente. A situação de Rocío San Miguel reflete a grave crise de direitos humanos e as tensões políticas que assolam o país sul-americano.

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