Aprovada pela Alego, lei de Caiado garante verba extra de até R$ 11 mil para cargos mais altos do governo estadual.

A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) aprovou nesta quinta-feira, 14, dois projetos de lei propostos pelo governador Ronaldo Caiado que visam conceder verbas indenizatórias aos cargos mais altos do governo estadual. Essa medida pode resultar em um aumento de até 50% nos proventos de 266 servidores, proporcionando uma verba extra de até R$ 11 mil. Vale ressaltar que esse tipo de remuneração não está sujeito ao teto constitucional.

As leis ainda aguardam a sanção de Caiado, mas caso sejam aprovadas, o vice-governador, os secretários de Estado, o procurador-geral do Estado, comandantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, e outros funcionários do alto escalão goiano receberão um valor adicional de R$ 11.361,05 mensalmente, o que representa metade de seus salários atuais. Isso implicará em um impacto financeiro anual de R$ 5.373.776,65 para o Estado, beneficiando um total de 43 pessoas.

Outros cargos também serão contemplados com verbas extras. Os subsecretários adjuntos, subcontroladores estaduais e subcomandantes das forças militares receberão um acréscimo de R$ 10.224,95, correspondente a 45% de seus subsídios. No caso dos procuradores do Estado e auditores fiscais em cargos de direção setorial, o valor extra chegará a R$ 9.088,84. Os gerentes e assessores de representação fazendária terão um aumento de R$ 5.680,53.

É importante ressaltar que o governador Ronaldo Caiado não será beneficiado com o aumento de proventos. No entanto, as verbas adicionais poderão causar um impacto anual de mais de R$ 20 milhões para o Estado, apenas para pagar as bonificações dos 266 servidores públicos contemplados.

O projeto foi aprovado pela assembleia estadual goiana em segundo turno, com apenas seis votos contrários, sendo três do PT, dois do PL e um do PSDB.

Procurado pelo Estadão, o gabinete de Caiado explicou que a nova lei busca substituir os gastos que os servidores públicos têm com diárias em viagens pelo estado de Goiás. O dinheiro para custear as verbas extras virá do Tesouro estadual. A verba indenizatória é uma compensação destinada a recompor o patrimônio dos agentes públicos em decorrência de despesas realizadas durante o exercício de suas funções, como as mencionadas diárias em viagens.

Vale ressaltar que essas verbas extras não fazem parte do limite do teto salarial constitucional do governo de Goiás, que é de R$ 27.597,83. Ou seja, o acréscimo de R$ 7 mil que o vice-governador e os secretários de Estado receberão não sofrerá redução pelo “abate-teto”. O “abate-teto” é um mecanismo previsto na Constituição que visa limitar a remuneração de servidores ao valor máximo permitido, evitando assim o recebimento de “supersalários”.

No entanto, é válido mencionar que no final de julho, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça suspendeu cinco leis goianas que autorizavam os servidores públicos estaduais a receber remunerações acima do teto constitucional. De acordo com Mendonça, o aumento era inconstitucional, exceto se correspondesse a verbas indenizatórias.

O projeto agora aguarda a sanção do governador para entrar em vigor. A previsão é de que isso ocorra até o fim desta semana. O Palácio das Esmeraldas, sede do poder goiano, informou que as verbas indenizatórias podem ser incluídas na folha de pagamento ainda neste ano.

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