Após extenso interrogatório que durou 10 horas, Mauro Cid deixa a sede da Polícia Federal.

O tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), prestou depoimento por dez horas na sede da Polícia Federal em Brasília nesta segunda-feira (28). A oitiva faz parte do inquérito que investiga a suposta contratação dos serviços do hacker Walter Delgatti Netto para invadir as urnas eletrônicas. O depoimento começou às 10h e terminou às 20h.

Após o término da oitiva, o tenente-coronel e seu advogado evitaram falar com a imprensa. No entanto, informações reveladas por Delgatti Netto indicam a participação de Cid em uma reunião promovida pela deputada federal Carla Zambelli entre ele e Bolsonaro. Segundo o hacker, o encontro ocorreu em agosto do ano passado no Palácio da Alvorada.

Delgatti Netto está preso preventivamente por inserir no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), supostamente a mando de Zambelli. Ele também afirmou ter tido vários encontros com Cid que não constavam na agenda oficial do ex-ajudante de ordens.

No entanto, o advogado de Zambelli, Daniel Bialski, informou ao GLOBO que a deputada “não lembra” da presença de Cid na sala onde ocorreu a conversa entre Bolsonaro e o hacker. Delgatti Netto afirmou que Cid já estava com Bolsonaro quando ele e Zambelli entraram no Alvorada. Segundo o hacker, o então presidente estava tomando café com leite e comendo pão com manteiga.

Durante o depoimento à Polícia Federal, Delgatti Netto também destacou que Cid tinha conhecimento de todo o teor da conversa entre Bolsonaro e ele. O hacker afirmou que Cid ouviu tudo que foi conversado e sabia que ele seguiria diretamente para o Ministério da Defesa, onde encontraria o ex-ministro Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira e outros militares da cúpula da pasta.

Esse depoimento revelou que essa foi a primeira de cinco visitas de Delgatti ao Ministério da Defesa. Segundo o hacker, o objetivo dessas visitas era criar fatos que desacreditassem o sistema eleitoral brasileiro e colocassem em dúvida a segurança das urnas.

Os detalhes do depoimento de Mauro Cid à Polícia Federal ainda não foram divulgados, mas as revelações feitas por Delgatti Netto indicam uma possível relação estreita entre o tenente-coronel e o ex-presidente Bolsonaro nesse caso de invasão de urnas eletrônicas. O inquérito segue em andamento para investigar todas as informações apresentadas.

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