Este cenário reflete diretamente no acesso dos alunos a esse recurso educacional essencial. De acordo com os dados levantados, 52% dos estudantes matriculados na rede pública não têm acesso a bibliotecas na escola.
Ao analisar o panorama por nível de ensino, observa-se que 78% dos alunos da educação infantil, o que equivale a quase 5,2 milhões de crianças, não têm acesso a bibliotecas em suas escolas. No ensino fundamental, o número cai para 51%, o que representa mais de 11 milhões de alunos. Já no ensino médio, o percentual é de 31%, o que equivale a 2 milhões de estudantes.
A pesquisa também revelou que as escolas federais saem na frente, com 98% delas oferecendo bibliotecas para os alunos. Já na rede estadual, o percentual cai para 61%, enquanto nas escolas municipais o número é ainda mais baixo, com apenas 23% delas contando com esse espaço.
Os dados mostraram também disparidades entre os estados brasileiros. Por exemplo, Acre, São Paulo e Maranhão registram os menores percentuais de alunos matriculados em escolas com bibliotecas, enquanto Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná concentram mais estudantes em instituições de ensino que oferecem esse recurso.
A universalização das bibliotecas na rede pública de ensino, prevista por uma lei aprovada em 2010, não foi cumprida no prazo estabelecido de dez anos. Segundo o presidente da Atricon, Cezar Miola, é importante que os números levantados sirvam de base para o desenvolvimento de políticas públicas que visem solucionar as lacunas do sistema escolar, principalmente em contextos de grandes desigualdades.
Diante desse cenário, a presença de bibliotecas e o acesso dos alunos a livros e outros materiais de leitura são aspectos fundamentais para o desenvolvimento educacional no país. A falta de investimentos nessa área pode impactar diretamente nos resultados escolares e na formação dos estudantes.