Andrade Gutierrez admite corrupção e promete pagar multa de R$ 1 bi

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A Andrade Gutierrez aceitou pagar R$ 1 bilhão de multa como compensação por prejuízos decorrentes de corrupção em contratos com o governo. O valor foi acertado depois de longa negociação entre advogados da empresa e integrantes da Força-Tarefa da Lava-Jato, e está relacionado a acordo que ainda deverá ser homologado pelo juiz da 13ª Vara Federal em Curitiba, Sérgio Moro, e pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, que cuida dos processos com menção a políticos que receberam propina.

Segundo duas fontes ouvidas pelo GLOBO, a empresa assumiu ter pagado propina em troca de contratos com a Petrobras e também em obras da Copa do Mundo, em Belo Monte, na ferrovia Norte-Sul e na usina nucelar de Angra 3. A informação foi antecipada na tarde desta sexta-feira no site da “Folha de S. Paulo”.

De acordo com pessoas próximas à negociação, a tentativa de acordo envolve não apenas os executivos da empresa que estão presos em Curitiba, mas os 11 funcionários da empresa que foram indiciados pela Polícia Federal, acusados de cometer crimes de corrupção relacionados a contratos com a Petrobras.

Se confirmado o acordo, eles terão redução de penas em caso de condenação nos processos da Lava-Jato. A expectativa dos advogados da empresa é de que eles sejam libertados, com uso de tornozeleira eletrônica, em até duas semanas, caso confirmada a homologação.

No último dia 13 de novembro, Otávio Marques de Azevedo, o presidente da Andrade, ficou em silêncio em audiência na Justiça Federal. Na ocasião, ele limitou-se a enviar uma mensagem para a família e não quis responder às perguntas do juiz Sérgio Moro.

As negociações em nome da empresa foram conduzidas nas últimas semanas pelo advogado Celso Vilardi, o mesmo que fechou o acordo de leniência da Camargo Correa, empresa que assumiu crimes e se comprometeu a devolver R$ 700 milhões.

Na Copa do Mundo, a Andrade Gutierrez atuou em diversas obras, tanto sozinha quanto em consórcio, financiada com recursos públicos.

Alguns exemplos são a reforma do estádio Mané Garrincha, em Brasília, a construção da Arena Amazonas, em Manaus (AM) e a reforma do estádio do Maracanã , no Rio, onde dividiu a obra com a Odebrecht, também acusada na Operação Lava-Jato.

Na tarde desta sexta-feira, a Andrade Gutierrez informou, por meio de sua assessoria, que não comentaria o assunto.

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