De acordo com a empresa, embora o trabalho de elaboração dos resultados já esteja finalizado e os procedimentos de auditoria tenham sido substancialmente concluídos, ainda não foi possível cumprir todo o rito interno de aprovação previsto na governança da varejista.
O adiamento dos resultados financeiros da Americanas gera expectativa no mercado, especialmente após as revelações de prejuízos expressivos nos balanços revisados de 2021 e 2022. Os balanços somados mostraram uma perda de quase R$ 20 bilhões no período. O resultado de 2021, que antes fora de um lucro líquido de R$ 544 milhões, foi ajustado para um prejuízo de R$ 6,2 bilhões. Já o ano de 2022 registrou um resultado negativo de R$ 12,9 bilhões, o maior prejuízo da história da companhia.
A grave situação financeira da Americanas culminou na renúncia do então CEO, Sergio Rial, após apenas nove dias no cargo, em janeiro de 2023. Rial revelou uma inconsistência contábil superior a R$ 20 bilhões nos balanços da companhia. Com um endividamento de R$ 40 bilhões, a varejista entrou em recuperação judicial pouco tempo depois.
A necessidade de apresentar os balanços trimestrais para a aprovação do plano de recuperação em assembleia de credores gerou pressão adicional sobre a empresa. A proposta da companhia foi aprovada pouco antes do Natal, prevendo um aumento de capital no valor de R$ 24 bilhões a ser feito pelos acionistas de referência – Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles – e credores financeiros.
Aguarda-se, portanto, com expectativa, a divulgação dos balanços trimestrais da Americanas no próximo dia 26 de fevereiro e a reação do mercado em relação aos números apresentados pela varejista.