Ameaça a testemunha em caso de desvio de remédios indígenas resulta na prisão de dois suspeitos em Roraima

A Polícia Federal realizou nesta segunda-feira, 4, a prisão de dois suspeitos de ameaçar uma testemunha que colaborava com as investigações sobre os desvios de remédios destinados aos indígenas Yanomami em Roraima. Os mandados de prisão foram expedidos pela quarta Vara da Justiça Federal do Estado e começaram a ser cumpridos no domingo, 3.

No final de janeiro, uma ação conjunta da Polícia Civil de Roraima (PC-RR) e da PF encontrou caixas de medicamentos vencidos, provenientes do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami, em uma casa abandonada em Boa Vista. Além dos remédios expirados, também foram encontrados indícios de que milhares de outros medicamentos foram queimados no local. A Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), vinculada ao Ministério da Saúde, afirmou que os medicamentos estavam vencidos desde o governo Bolsonaro.

No início de fevereiro, o dono da residência abandonada, que é servidor da Secretaria de Saúde de Roraima, foi preso preventivamente pela PF por suspeita de envolvimento no desvio dos medicamentos. As investigações apontaram ainda que outros remédios foram queimados em uma chácara do mesmo indivíduo, localizada no município de Cantá (RR).

Durante as buscas realizadas no mesmo dia, foram encontrados documentos que ligavam empresas de fachada à simulação de origem e destino de valores dentro de um caminhão utilizado para transportar os remédios desviados. O proprietário do caminhão, suspeito de participar dos crimes, teria contratado um pistoleiro para ajudar no esquema.

Uma testemunha que cooperou com as investigações passou a ser ameaçada, tanto virtualmente quanto pessoalmente. Diante das ameaças, as prisões preventivas dos suspeitos e de um cúmplice foram decretadas.

As investigações em andamento indicam o envolvimento de pessoas ligadas à Secretaria de Saúde do Estado, que também estão sendo investigadas por suspeita de participação em fraudes em licitações e corrupção. A PF continua a apurar os detalhes do esquema criminoso e buscar mais informações que possam levar à desarticulação da rede de desvio de medicamentos destinados aos indígenas Yanomami em Roraima.

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