Ambulatório da Santa Mônica é referência estadual para atendimento a vítimas de violência sexual

Núcleo existe desde 2003 e conta com uma equipe multidisciplinar para a assistência

Atendimento é feito de forma anônima e não existe nenhuma forma de identificação diferenciada entres esses pacientes e os demaisFotos: Carla Cleto
Atendimento é feito de forma anônima e não existe nenhuma forma de identificação diferenciada entres esses pacientes e os demaisFotos: Carla Cleto

Criado em 2003, o Núcleo de Atenção às Vítimas de Violência Sexual da Maternidade Escola Santa Mônica é referência no Estado e funciona no Ambulatório da unidade, localizado na Avenida Brasil, no bairro Poço, em Maceió.

Atendendo as especificações do Sistema Único de Saúde (SUS), o serviço conta com uma equipe multiprofissional, formada por médicos, profissionais de enfermagem, psicologia e assistência social e atende a crianças, adolescentes e adultos.

De acordo com Tereza Gomes, que atua como médica ginecologista no núcleo, o atendimento emergencial para as mulheres vítimas de violência sexual é feito na própria Maternidade Santa Mônica.

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“Após a constatação do ato, a paciente é encaminhada para o núcleo, o que deve ocorrer até 72 horas após a violência. A equipe vai então realizar o acompanhamento do caso, tanto na parte clínica e psicológica, quanto na assistência social”, explicou a médica.

A médica ressaltou que o atendimento é feito de forma anônima e não existe nenhuma forma de identificação diferenciada entres esses pacientes e os demais. “Como essas pessoas estão normalmente em um estado emocional bastante delicado, buscamos criar um ambiente acolhedor, onde à segurança e privacidade são preservados”, esclareceu Tereza Gomes.

Acompanhamento – O acompanhamento das pacientes dura em média seis meses, mas pode variar conforme o caso. “A parte clínica conta com a administração de retrovirais, contraceptivos. Já o tratamento de traumas físicos é feito em parceria com a assistência psicológica, que muitas vezes envolve também os familiares”, destacou a assistente social, Zaldivana Vasconcelos.

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A assistente social detalhou que em 2015 o núcleo atendeu a 138 pessoas e até o mês de abril de 2016 foram registrados 138 atendimentos no núcleo. “A violência sexual acontece em todas as classes sociais e idades, porém podemos observar uma ligeira predominância de casos envolvendo adolescentes”, ressaltou.

A assistente social explicou que nos casos de menores de idade a denúncia é compulsória e o conselho tutelar é acionado. Já na ocorrência de violência com adultos, a vítima é orientada a realizar a denúncia para as autoridades policiais, que abrirão um inquérito e investigar o caso, remetendo-o à Justiça.

“O Boletim de Ocorrência não é obrigatório para o atendimento, mas a paciente recebe todas as orientações e apoio para realizar as medidas legais cabíveis”, afirmou Zaldivana Vasconcelos.

Fabiano Di Pace – Agência Alagoas

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