Aliança de Paes com o Republicanos para reeleição no Rio ainda não garante apoio da ala religiosa do partido

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), fechou uma aliança com o partido Republicanos para sua reeleição, mas o apoio da ala religiosa da sigla, controlada pela Igreja Universal do Reino de Deus, ainda não está garantido. O partido tem entre seus quadros o ex-prefeito e atual deputado federal Marcelo Crivella, com quem Paes rivalizou no segundo turno da eleição de 2020. O acordo foi costurado com o presidente estadual da legenda, o prefeito de Belford Roxo, Waguinho. Em troca, Paes nomeou Chiquinho Brazão para comandar a Secretaria de Ação Comunitária, que é irmão de Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Segundo fontes próximas ao prefeito, é difícil garantir o apoio da Universal na eleição, mas Paes tem como meta principal evitar a oposição da ala evangélica do Republicanos. Na última campanha, o prefeito foi alvo de ataques da igreja, que o comparou a Barrabás, ladrão liberto no lugar de Jesus, enquanto Crivella foi equiparado ao filho de Deus.

A divisão do Republicanos é visível na Câmara dos Vereadores, com dois parlamentares ligados a Paes, três religiosos e dois alinhados aos interesses do ex-presidente Jair Bolsonaro. Entre os integrantes da ala da Universal, o bispo Inaldo Silva afirma ser independente de Paes e destacou que tende a ter um posicionamento mais conservador.

Em dezembro, a Câmara do Rio aprovou as contas de 2019 e 2020 do governo Crivella, mesmo com um parecer contrário do Tribunal de Contas do Município (TCM), o que arrefeceu a rivalidade entre Paes e a Universal. Até o ano passado, a relação dos dois era de profunda hostilidade, com o prefeito chamando o sobrinho do bispo Edir Macedo de “imbecil e incompetente”.

A proximidade do Republicanos com Paes preocupa integrantes do partido, que temem enfrentar um revés no governo do estado. Caso o governador Cláudio Castro venha a exonerar Rosângela Gomes, ela retornará à Câmara dos Deputados, o que pode ocasionar um impasse no partido. Isso porque Luis Carlos Gomes é suplente e ficaria sem cargo, o que potencialmente pode provocar um racha entre as duas alas da sigla.

Apesar disso, aliados de Waguinho minimizam o risco de desencontro entre as duas alas do partido, destacando que o apoio ao prefeito Paes é uma decisão em prol dos interesses da população. A nomeação de Chiquinho Brazão para a Secretaria de Ação Comunitária é vista como um passo importante para garantir a maioria do partido a favor da reeleição de Paes, mesmo que haja alguma insatisfação dentro da sigla.

Em suma, a aliança entre Paes e o Republicanos ainda enfrenta desafios, principalmente no que diz respeito ao apoio da ala religiosa do partido. No entanto, Paes e seus aliados estão confiantes de que a estratégia traçada para garantir uma maioria favorável à sua reeleição será bem-sucedida.

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