Alerta sobre a esporotricose: infecção fúngica pode causar ferimentos graves em humanos e animais

A esporotricose é uma infecção fúngica que afeta tanto humanos quanto diversas espécies de animais, como cães, gatos, tatus, entre outros. Provocada pelo fungo Sporothrix, essa infecção pode resultar em ferimentos e úlceras na pele e mucosas.

Segundo a técnica da Coordenação de Vigilância de Doenças e Agravos Transmissíveis e Não Transmissíveis (CVTDATNT) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Katherine Emery, os principais sintomas da esporotricose são o surgimento de feridas na pele e mucosas, frequentemente acompanhadas ou não de secreção purulenta. Em casos mais severos, podem ocorrer sintomas como anorexia, febre, desidratação, perda de peso e vômitos, indicando um possível comprometimento de órgãos.

A SMS também reforça que a transmissão em humanos da esporotricose ocorre por meio do contato com a pele lesionada ou traumas. Isso pode acontecer através de espinhos, farpas de madeira, arranhaduras e mordeduras de animais infectados, como cães e gatos.

Em caso de arranhadura, mordedura ou respingo de saliva de um animal suspeito de estar com esporotricose, é crucial agir rapidamente. Primeiramente, lave o local afetado com água e sabão. Caso tenha ocorrido contato com a saliva do animal nas mucosas ou na face, é recomendável a lavagem exaustiva com água ou solução fisiológica. Em seguida, busque imediatamente atendimento médico especializado.

O médico veterinário da Unidade de Vigilância em Zoonoses (UVZ) de Maceió, Charles Nunes, explicou as orientações que devem ser tomadas quando houver casos de animais suspeitos. Se o animal for considerado suspeito, a primeira medida é levá-lo para um serviço veterinário e realizar o diagnóstico. O exame confirmatório é feito através de cultura fúngica, disponibilizado pelo município na UVZ. Enquanto aguarda o resultado dos exames, o tratamento do animal pode ser iniciado com itraconazol, via oral, em conjunto com o isolamento para evitar a transmissão.

Além do tratamento e isolamento do animal infectado, é importante evitar que o animal fique entrando e saindo do local onde está e que o local seja de fácil higienização, com piso de cerâmica para aplicação de cloro. O tutor deve evitar que o animal saia na rua. Portanto, tratamento e isolamento em local que seja passível de ser higienizado diariamente com solução de hipoclorito são essenciais, alertou Charles Nunes.

Toda manipulação do animal deve ser feita utilizando luvas. É importante que nesse período de tratamento o animal fique separado do convívio das pessoas, principalmente crianças e idosos. O animal deve ser levado a um médico veterinário ou encaminhado à UVZ. Se confirmado o diagnóstico, o animal deve ser tratado e não pode ser abandonado. Em caso de morte, o tutor deve solicitar ao veterinário/UVZ a incineração do animal para interromper o ciclo da doença.

Para prevenir a esporotricose, é importante ter conhecimento da existência da enfermidade e tratá-la imediatamente. Como não há vacina contra a esporotricose, o risco de infecção pode ser diminuído utilizando roupas protetoras ao cuidar das plantas do jardim ou outros materiais que possam estar contaminados pelos fungos. Aos médicos veterinários e tratadores, é obrigatório o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), ao manipular animais doentes.

A Vigilância em Saúde de Maceió realiza ações educativas para alertar sobre sintomas e transmissão da doença. Escolher o tratamento para a esporotricose humana depende essencialmente da forma clínica da doença e do estado imunológico do paciente. É importante nunca se automedicar ou interromper o uso de um medicamento sem antes consultar um médico.

Para informar casos suspeitos de esporotricose em animais, o telefone do plantão da Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) é (82) 98882-8240.

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