O Projeto Escuta Protegida foi criado pelas duas secretarias no ano anterior, visando um cuidado especial na hora de colher os depoimentos de crianças e adolescentes envolvidos em casos de violência. A ideia é capacitar os profissionais da rede pública de saúde e da segurança pública para adotarem procedimentos especializados de acolhimento e cuidado às vítimas, garantindo que recebam os encaminhamentos necessários.
Durante a palestra, realizada no Palácio República dos Palmares, a delegada Bárbara Arraes destacou a importância da Lei 13.431, que determina as formas adequadas de ouvir a criança em situações de violência. A escuta especializada deve ser feita de forma ativa, atenta, acolhedora e protetiva, sem caráter investigativo. Os ambientes devem ser amigáveis e a revelação por parte da vítima deve ser espontânea.
Além disso, foi ressaltado que o depoimento especial, de responsabilidade exclusiva da polícia e da justiça, deve ser gravado em meio audiovisual e realizado apenas uma vez. Durante o atendimento, é importante evitar perguntas sugestivas, indutivas ou intimidatórias, assim como não fazer a criança repetir o que já disse a outros agentes da rede de proteção.
Em 2023, o Escuta Protegida capacitou 322 profissionais, percorrendo toda a rede pública hospitalar da capital. A gerente de Assistência do Cria, Gabrielle Vieira, destacou a importância da capacitação para profissionais de saúde, assistência, educação e segurança, visando um acolhimento sensível e eficaz às vítimas de violência.