AGU e PGR se manifestam a favor da CBF e alertam para riscos de sanções em parecer ao STF sobre decisão do TJRJ.

A Advocacia-Geral da União (AGU) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) se pronunciaram nesta quinta-feira a respeito da decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) que afastou o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, do cargo. As manifestações foram solicitadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que está analisando uma ação movida pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB) contra a decisão do TJRJ.

O PCdoB entrou com uma medida cautelar, uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, questionando a decisão do TJRJ que resultou na saída de Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF no início de dezembro. Na ação, o tribunal considerou ilegítimo o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado entre o Ministério Público (MP) e a CBF, que possibilitou a realização da eleição que escolheu Ednaldo como presidente.

Desde então, a CBF tem sido liderada pelo interventor José Perdiz, que convocou uma nova eleição. A situação motivou manifestações da Fifa e da Conmebol devido à interferência judicial na administração da entidade, o que é proibido pela entidade máxima do futebol. Em resposta, uma comitiva de ambas as instituições é aguardada no Brasil nos próximos dias.

O parecer da AGU, assinado pelo advogado-geral Flavio José Roman, defende a autonomia das instituições desportivas no Brasil e a atuação do Ministério Público, além de alertar para os riscos de sanções. “O desporto é matéria de elevado interesse social, competindo ao Estado dispor sobre ele e ao Ministério Público defendê-lo, mas as entidades desportivas dirigentes e associações hão de ser livres para se organizarem e se governarem, respeitadas apenas as normas de ordem pública”, afirma parte do documento.

A PGR segue a mesma linha em seu parecer e alerta para o possível não reconhecimento pela Fifa dos atos de gestão do interventor, o que poderia trazer prejuízos para o futebol brasileiro. “Ressalte-se, a propósito, que há risco concreto e iminente de recusa da inscrição da seleção brasileira de futebol no torneio pré-olímpico a ser realizado ainda neste mês de janeiro na Venezuela, destinado à obtenção de vaga para a participação nas Olimpíadas de Paris 2024”, destaca a peça assinada pelo procurador-geral Paulo Gonet.

Com as manifestações da AGU e da PGR, o julgamento da ação do PCdoB fica ainda mais aguardado, uma vez que a decisão do STF poderá ter impacto direto no futebol brasileiro e nas competições internacionais das quais o país faz parte. A determinação final irá influenciar não apenas a administração da CBF, mas também a participação da seleção brasileira em competições importantes. Espera-se, portanto, uma análise criteriosa do caso por parte do Supremo Tribunal Federal.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!




Botão Voltar ao topo