Durante o discurso, Lula afirmou que o Brasil não quer ceder em compras governamentais, pois este é um instrumento para atender os interesses do governo, fortalecer a indústria e promover o crescimento das micro, pequenas e médias empresas. O presidente ressaltou a importância de estabelecer um componente nacional e exigir um mínimo de 65% de conteúdo nacional nas coisas fabricadas, como forma de gerar emprego no país.
As negociações entre o Mercosul e a União Europeia se arrastam há mais de 20 anos e, apesar do anúncio de conclusão geral em 2019, há pontos que ainda não foram pactuados. Durante a Cúpula do Mercosul, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, demonstrou otimismo no fechamento de um acordo “muito em breve”. Além disso, o presidente da França, Emmanuel Macron, mostrou-se contrário a um acordo durante a 28ª Conferência das Nações Unidas para Mudanças do Clima (COP28), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Apesar dos obstáculos, Lula expressou esperança na conclusão de um acordo e afirmou que as negociações continuam. No entanto, a tramitação para a efetiva entrada em vigor do tratado ainda será longa, uma vez que o acordo precisará ser ratificado e internalizado por cada um dos Estados integrantes de ambos os blocos econômicos.
A questão das compras governamentais é apenas um dos desafios enfrentados pelas partes envolvidas no acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. O tema permanece em destaque no cenário internacional, sendo acompanhado de perto por diferentes atores políticos, empresariais e sociais interessados no desfecho das negociações.