O relato continua com Ade lembrando dos dias animados na praia, com jogos de futebol e mergulhos refrescantes no mar. Os rapazes muitas vezes se aventuravam pela praia até chegar ao belo Trapiche da Barra, com suas dunas e coqueirais. A paisagem da região era de tirar o fôlego, com praias, dunas, coqueiros e uma lagoa pitoresca. Ade destaca como o topo do Morro Tom Mix oferecia uma vista inesquecível, enquanto as brincadeiras na Lagoa Mundaú preenchiam seus dias com felicidade.
No entanto, a infância de Ade não se limitou à praia. Em fugidias escapadas para o Vale do Riacho Salgadinho, ele e os amigos catavam frutas e pescavam no riacho limpo que cortava Maceió. Ao recapitular os momentos passados, Ade percebeu que as lembranças daquela infância livre e feliz permaneceriam em sua alma por toda a vida.
O relato de Ade sofre uma mudança drástica quando ele menciona a construção de uma fábrica de produtos químicos entre a praia do Trapiche e a lagoa Mundaú. A notícia trágica representou um ponto de virada para a comunidade local, que se dividiu entre os que apoiavam a criação da fábrica e os que se opunham a ela, como o Dr. José Geraldo Marques, que se tornou um líder na luta contra a instalação da fábrica.
Finalmente, Ade revela o impacto emocional e econômico que a fábrica teve na região. A terraplanagem do Morro Tom Mix, que representava tantas memórias da infância de Ade, o entristeceu profundamente. Após sua construção, a fábrica desvalorizou os imóveis da área, e a comunidade em que cresceu nunca mais foi a mesma.
No relato de Ade, as lembranças de sua infância se misturam com a narrativa da rápida transformação de seu paraíso em uma área industrial, deixando uma amarga nostalgia e um olhar crítico sobre o impacto do desenvolvimento econômico na comunidade. Através de suas palavras, Ade destaca a importância de preservar as memórias e a beleza natural de sua amada Maceió.