Um verdadeiro milagre! Cientistas inventaram uma lente de contato que você só a usa enquanto estiver dormindo


A ”mágica” ocorre durante o sono. A pessoa dorme com as lentes de contato, tira-as na hora em que acorda e passa o resto do dia enxergando bem. O truque, resultado de pesquisas que começaram nos anos 50, está transformando a rotina de brasileiros em guerra com os óculos. Como todo tratamento, não funciona em 100% dos casos. Mas é uma grande notícia para quem vive às turras com graus moderados de miopia ou astigmatismo.

O estudante Marcelo Rezende, de 15 anos, tem 2,5 graus de miopia e joga pólo aquático. Até descobrir as novas lentes, só identificava o adversário pela cor da touca. ”Não enxergava ninguém”, confessa o garoto, que não se adaptou às lentes convencionais. Há seis meses dispensou os óculos – que viviam esquecidos em casa ou no conserto – e adotou a novidade. ”Só lembro que tenho miopia quando vou dormir”, comemora.

Estudos que garantem credibilidade à nova tecnologia foram apresentados durante o último Congresso de Oftalmologia da Universidade de São Paulo (USP). A lente importada usa as lágrimas naturais dos olhos para moldar a córnea, corrigindo a miopia (leia o quadro abaixo) de até 4 graus – o que representa de 70% a 80% dos casos – e até 1,5 grau de astigmatismo. Feita de material permeável, permite que o olho ”respire” durante o sono.

Como libera o paciente de usá-la durante o dia, é ideal para pessoas que ä praticam esporte, não se adaptam à lente tradicional ou não podem fazer a cirurgia. Mede 11 milímetros de diâmetro e não incomoda porque durante o sono a pessoa não pisca. O tratamento, que dura de seis a dez meses, custa de R$ 1.400 a R$ 2 mil. Depois desse período de adaptação, o paciente é liberado para utilizar a lente definitivamente. Sai mais barato que a cirurgia – que custa em média R$ 2 mil por olho -, mas o preço é bem superior ao das lentes comuns, que varia entre R$ 250 e R$ 400.

A visão perfeita pode surgir logo na primeira manhã após o uso das novas lentes ou despontar apenas seis meses depois do início do tratamento. Algumas pessoas, no entanto, jamais alcançam o resultado esperado. Os motivos de tantas diferenças estão sendo investigados por um grupo de pesquisadores da USP, da Unicamp e da Santa Casa de São Paulo.

”Por enquanto, é preciso experimentar em cada paciente para ver se funciona e em quanto tempo ocorre a adaptação”, explica o oftalmologista Nilo Holzchuh, que conduz o trabalho. Segundo os estudos submetidos à Food and Drug Administration (FDA) para aprovação do produto nos Estados Unidos, o tempo de boa visão depois de retiradas as lentes varia de cinco a 60 horas. Não houve relatos de complicações.

Iluminação
As novas lentes não são capazes de garantir plena visão se as condições no ambiente de trabalho (leia o quadro acima) conspiram contra a saúde dos olhos. Essa é a preocupação da ergoftalmologia, área que envolve médicos, oftalmologistas, psicólogos e até arquitetos. ”Queremos mostrar às empresas que preservar a saúde dos olhos do trabalhador aumenta a produtividade”, explica Tânia Shaefer, representante no Brasil do Comitê Internacional de Trabalho e Visão. Cansaço e desconforto nos olhos diminuem o rendimento dos profissionais.

Salas mal iluminadas ou focos de luz no campo de visão alteram o ritmo de abertura das pupilas, gerando cansaço e fadiga dos músculos dos olhos. Há ambientes ainda mais perigosos, principalmente onde existem gases tóxicos como amoníaco e solventes, que irritam os olhos. Atualmente, a luz azul é a mais preocupante. Presente nas fortes lâmpadas de halogênio metálico, utilizadas em supermercados e copiadoras, pode causar degeneração macular. A doença, comum em idosos, escurece o campo central da visão.

Época

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