Sessenta crianças morreram nos últimos cinco dias em um hospital público do norte da Índia, segundo um balanço divulgado neste sábado por autoridades locais, o que a imprensa atribui à falta de estoques de oxigênio no local.
“Abrimos uma investigação e divulgaremos hoje um relatório preliminar. Sessenta pacientes morreram no hospital nos últimos cinco dias, mas não acreditamos que isto esteja relacionado às informações sobre falta de oxigênio”, declarou à AFP Anil Kumar, representante da polícia de Gorakhpur.
Segundo a imprensa indiana, dezenas de crianças morreram na última quinta e sexta-feira por falta de estoque de oxigênio, depois que a empresa responsável deixou de fornecê-lo, supostamente por falta de pagamento de contas no valor total de milhões de rupias, atesta o MSN.
Autoridades investigam irregularidades no hospital Baba Raghav Das, localizado no distrito de Gorakhpur, estado de Uttar Pradesh, o mais povoado do país, governado pelo partido conservador Bharatiya Janata Party, do premier Narendra Modi.
Segundo um comunicado do gabinete do ministro-chefe de Uttar Pradesh, Yogi Adityanath, que ordenou a abertura da investigação, as 60 mortes aconteceram em um período de cinco dias a partir da última segunda-feira.
Segundo o texto, 23 crianças morreram na quinta-feira, quando “a pressão da alimentação de oxigênio baixou”.
O ministro da Saúde de Uttar Pradesh, Sidharth Nath Singh, suspendeu o diretor do hospital até que o resultado da investigação seja divulgado.
“Houve várias causas para o problema de abastecimento de oxigênio, mas nossa investigação mostra que não houve mortes por causa disto”, afirmou o ministro após uma visita ao hospital.
O jornal “The Hindustan Times” publicou em sua edição deste sábado as cenas de pânico no hospital quando o fornecimento de oxigênio foi alterado.
“Isto provocou um caos total, com pais de pacientes correndo para conseguir ajuda e funcionários do hospital tentando manter o fornecimento de oxigênio, inclusive com bolsas manuais de respiração”.
Os hospitais públicos indianos costumam funcionar com lotação máxima, à beira de seu limite. Os pacientes têm que suportar longas listas de espera, até mesmo para intervenções simples, e, às vezes, são obrigados a dividir o leito.
12/08/2017