Sesau apresenta resultado da investigação da esquistossomose entre quilombolas

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) divulgou o resultado da investigação da esquistossomose nas comunidades quilombolas que estão inseridas em municípios endêmicos em Alagoas. O evento foi realizado no auditório do Sindicato dos Médicos (Sinmed), no bairro Trapiche da Barra, em Maceió.

 

Dos 6.745 exames realizados, 261 receberam diagnóstico positivo para Schistossoma mansoni, parasita causador da esquistossomose, também conhecida como “doença do caramujo”, “xistose”, “barriga d’água”, “febre de katayama”, “coceira de nadador” ou “bilharzíase”. Destes, 207 foram tratados, o que corresponde a 79,1%.

 

“A razão pela qual fizemos esse trabalho com as comunidades quilombolas foi porque muitos, em torno de 95%, estão na zona rural. E, em virtude disso, eles têm grande dificuldade de acesso aos serviços de saúde”, destacou Robert Lincoln, assessor técnico de Políticas Transversais da Sesau.

 

De acordo com ele, o objetivo do trabalho, realizado no ano passado, foi o de identificar e tratar todos os casos positivos, o mais precocemente possível, contribuindo para a eliminação da esquistossomose no Estado de Alagoas, além de avaliar o impacto das medidas de controle.

 

A técnica responsável do Programa de Vigilância e Controle da Esquistossomose, Jean Lúcia dos Santos, acrescentou que, em Alagoas, a área endêmica compreende 70 municípios, sendo os principais focos de agravo as bacias dos Rios Mundaú e Paraíba.

 

“Como a maioria não tem instalação encanada em casa, essa população recorre a fontes alternativas, o que contribui para contrair a doença. Uma vez contraída, a esquistossomose pode causar coceira, febre, tosse, diarreia, enjoos, vômitos e emagrecimento. Na fase crônica, há o aumento do fígado e do baço, hemorragia no esôfago e dilatação do abdômen, característica que dá à doença o nome popular de barriga d’água”, destacou.

 

Jean Lúcia enfatizou, ainda, que a efetivação do Programa de Controle da Esquistossomose é de responsabilidade direta dos municípios. O Estado dá suporte na capacitação dos recursos humanos das equipes municipais, realiza supervisão direta e monitora as ações de prevenção. Além disso, fornece os kits para preparação dos exames de detecção da doença e distribui o medicamento específico (Praziquantel 600 mg) para o tratamento dos casos positivos.

 

Atualmente, o Estado de Alagoas possui 69 comunidades quilombolas registradas e certificadas pela Fundação Palmares. Contudo, o trabalho envolveu 16 municípios e 27 comunidades quilombolas, que envolveu o trabalho da Superintendência de Atenção à Saúde (Suas), Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa), Secretaria Municipal de Saúde (SMS), bem como a Atenção Básica e a Vigilância Epidemiológica e de Endemias do município.

 

Entre os municípios contemplados, estiveram Santa Luzia do Norte (Quilombo), Japaratinga (Macuca), Passo de Camaragibe (Bom Despacho e Perpétua), Santana do Mundaú (Filús, Jussarinha e Mariana), União dos Palmares (Muquém), Viçosa (Gurgumba e Sabalangá), Anadia (Jaqueira), Teotônio Vilela (Abobreiras e Birrus), Piaçabuçu (Pixaim), Penedo (Oiteiro e Tabuleiro dos Negros), Igreja Nova (Sapé e Palmeira dos Negros), Taquarana (Mameluco, Poço do Lunga, Lagoa do Coxo e Passagem do Vigário), Arapiraca (Carrasco e Pau D’Arco), Palmeira dos Índios (Povoado Tabacaria), Belém (Serra dos Bangas) e Igaci (Sítio Serra Verde).

Representando o gestor da Sesau, Christian Teixeira, o secretário executivo de Ações de Saúde, Paulo Teixeira, enfatizou que, com maior divulgação sobre a esquistossomose, formas de transmissão, prevenção e intervenção, é possível aumentar a captação precoce de casos e garantir o tratamento.

“O projeto prevê o tratamento dos quilombolas, cujo exame apresentou resultado positivo para a esquistossomose. É preciso pensarmos na sociedade de um modo geral, principalmente os menos favorecidos, no sentido de identificar, tratar e educar. No entanto, faz-se necessário  que o Estado esteja presente, para que o povo tenha o direito à vida e à saúde, a fim de que desfrute de uma melhor qualidade de vida e não volte a se contaminar novamente”, destacou.

Presentes – Além do secretário executivo de Ações de Saúde da Sesau, Paulo Teixeira, participaram do evento a superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau, Mardjane Lemos, a assessora técnica da Sesau, Júlia Levino; e o conselheiro Estadual de Saúde, Gerônimo Ferreira.

Ascom – 18/05/2018

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