Crítica: O ótimo ‘Sing Street’ vai fazer você querer formar uma banda

Sing Street – Música e Sonho‘ não chegou a passar nos cinemas brasileiros, mas agora está na programação da Netflix, dando a chance do público conferir uma das melhores produções de 2016, exemplo raro de filme leve e emocionante sem ser piegas, ideal para esquecer por pelo menos 1 hora e 45 minutos as agruras deste ano problemático.

Tudo no longa do cineasta e roteirista irlandês John Carney é extremamente genuíno. Ele próprio um amante da música, que já tinha sido assunto importante dos seus trabalhos anteriores mais bem-sucedidos no cinema, ‘Apenas Uma Vez’ (2007) e ‘Mesmo se Nada Mais Dar Certo’ (2013), trata o tema com o amor dedicado apenas àquelas grandes paixões que carregamos para sempre na vida.

A história se passa na Dublin nublada e em crise econômica profunda dos anos 80. O adolescente Connor (Ferdia Walsh-Peelo) é transferido para uma escola pública apenas para meninos, dirigida por rígidos padres católicos. A música passa a ser para ele não apenas uma válvula de escape, mas também uma maneira para descobrir sua própria individualidade.

Quando conhece Raphina (Lucy Boynton), garota que está sempre na frente da escola posando de inalcançável, ele decide formar uma banda para impressioná-la. O fato de não ter outros integrantes nem saber tocar nenhum instrumento é secundário, como ensina o irmão mais velho Brendan (Jack Reynor), um dos melhores personagens do filme. Aos poucos estes detalhes vão se resolvendo.

‘Sing Street’ acompanha a evolução de Connor e seus amigos, mostrando que no mundo do rock, pelo menos naqueles tempos, muita atitude e uma pitada de talento podem ser suficientes para fazer grandes coisas. E neste contexto, as tais grandes coisas podem ser gravar um videoclipe, tocar o coração de quem você ama, ou responder em forma de música aos abusos da autoridade que te oprime. Todas motivações muito bem construídas e defendidas no longa-metragem.

Ajuda ainda a trilha sonora irresistível, que mistura clássicos de Duran Duran, Motorhead, The Cure e The Jam às músicas compostas pela banda fictícia que aparece em cena – uma delas, ‘Drive it Like You Stole It‘ acaba de ser indicado ao Globo de Ouro de melhor canção original e pode repetir o feito no Oscar.

Yahoo

16/12/2016

Jornal Rede Repórter - Click e confira!




Botão Voltar ao topo