CPI convoca fundadores de empresa suspeita de operar pirâmide financeira para depoimento. – Repórter São Paulo – SP.

 

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga pirâmides financeiras ativas no país convocou uma reunião para esta terça-feira (15) com os fundadores do Atlas Quantum, Rodrigo Marques dos Santos e Fabricio Spiazzi Sanfelice. Foi alegado pelo deputado Caio Vianna (PSD-RJ), o autor da solicitação deste painel de discussão, que relatórios sugerem que o Atlas Quantum estaria atraindo milhares de vítimas através da garantia de lucros substanciais com base na atuação de um robô de arbitragem supostamente eficiente na ordem de transações.

Vianna explica que evidências e averiguações apontam para um esquema de pirâmide financeira, com vítimas no Brasil e em outros 50 países acumulando prejuízos que variam de R$ 5 bilhões a R$ 7 bilhões. O sistema, em vigor desde 2018, tinha como elemento central um robô de arbitragem fictício chamado “Quantum”. Este robô teria a capacidade de conceder ganhos financeiros por meio de transações automatizadas de Bitcoin entre diferentes plataformas de negociação, porém, esta garantia restou-se infundada e enganosa.

Já em 2019, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) iniciou uma investigação contra a empresa, culminando em uma ordem de suspensão de suas operações. O Atlas Quantum pausou os pagamentos aos seus investidores, ocasionando uma onda de processos judiciais por todo o país. A CPI estendeu convites também para os celebridades Cauã Reymond, Tatá Werneck e Marcelo Tristão, que participaram de anúncios publicitários para a empresa. O deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) alega que os artistas, através de suas publicidades de aparente sucesso, poderiam ter influenciado milhares de pessoas a confiar no Atlas Quantum.

Em adição ao Atlas Quantum, a CPI planeja inquirir os fundadores da MSK Operações e Investimentos, Glaidson Tadeu Rosa e Carlos Eduardo de Lucas, na quarta-feira (16). A MSK é uma assessoria de investimentos com foco em ativos de alto risco, tal como criptomoedas. O deputado Luciano Vieira (PL-RJ) ressalta que a empresa prometia um retorno mensal fixo de cerca de 5% e parou de devolver os fundos dos investidores.

Em 2022, a MSK foi acusada pela Polícia Civil de São Paulo por uma série de crimes, incluindo pirâmide financeira e publicidade falsa. O deputado Júnior Mano (PL-CE) acredita que existe evidência suficiente que linka Carlos Eduardo de Lucas e Glaidson Tadeu Rosa diretamente à operação e coordenação das atividades ilegais da empresa.

Instalada em junho, a CPI tem o prazo de 120 dias para completar as investigações. Atualmente está em análise a prática de esquemas de pirâmides financeiras que utilizam criptomoedas. De acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ao menos 11 companhias estariam envolvidas em fraudes que usam moeda digital para propagar informações falsas e prometer retornos exorbitantes ou garantidos, atraindo assim vítimas para manter o esquema piramidal.

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