Ufal avança em depósitos de patentes e foca em transferência de tecnologia

A celebração da melhor marca da história da Ufal no ranking de patentes vem acompanhada de reflexões sobre o trabalho feito até aqui. O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) divulgou uma lista de classificação das instituições que mais depositaram patentes no ano de 2020. A Ufal ficou na 16ª posição do TOP 50 do Brasil em patentes de invenção e alcançou o 5º lugar em registros de programas de computador.

“O resultado é fruto de mais de uma década na execução de pesquisas em desenvolvimento tecnológico e extensão inovadora da nossa universidade, onde a Coordenação de Inovação e Empreendedorismo [CIE] da Propep [Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação] tem papel fundamental na orientação aos pesquisadores e na divulgação da cultura de inovação. Nossos pesquisadores são top, além da equipe Propep estar sempre conectada em apoiar as iniciativas de depósitos e registros de tecnologias. Não podemos deixar de lembrar dos servidores mais antigos Carolina Conde e Rodrigo Carvalho, além das professoras coordenadoras que me antecederam: Sílvia Uchoa e Eliana Almeida, que são ícones na cultura empreendedora estadual, juntamente com nosso reitor Tonholo”, enalteceu Pierre Escodro, coordenador do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) da Ufal.

De acordo com professor Pierre, esse resultado destaca, ainda, a interdisciplinaridade das pesquisas feitas na Ufal. Os registros de programas de computador, por exemplo, envolvem diversas áreas da instituição e profissionais de diferentes cursos. “Isso exterioriza a significância da pesquisa de desenvolvimento tecnológico e extensão inovadora, que conecta áreas de conhecimento diferentes para resolver problemas da sociedade. Não paramos na pandemia e muitos desses trabalhos têm relação com a covid e suas consequências, isso no âmbito da saúde, social, financeiro, cultural e no educacional”, destacou.

A equipe da CIE já estava na expectativa de superar as marcas anteriores e um dos motivos para isso é atribuído ao desempenho das pesquisas realizadas na unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Industrial para Inovação (Embrapii), localizada no Instituto de Computação (IC), por meio do grupo Edge, que com dois anos de existência, já gerencia 27 projetos, envolvendo 156 bolsistas contratados e mais de R$ 55 milhões em investimentos.

“Um excepcional resultado para nossa instituição, que nos enche de orgulho! Sinal de que o conhecimento científico tem avançado com todos os percalços que o sistema federal de ensino tem enfrentado. O grande desafio é fazer a transferência de tecnologia para promover inovação por parte das empresas e segmentos econômicos”, reforçou Fábio Guedes, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa de Alagoas (Fapeal), instituição que fomenta muitas das pesquisas desenvolvidas na Ufal.

Reflexões e desafios

Um dos gargalos apontados pelo coordenador da CIE e reforçado pelo professor Fábio Guedes é a comunicação entre as descobertas dos pesquisadores e a sociedade. É o que chamam de Transferência de Tecnologia (TT), quando determinada tecnologia transfere a licença para uma pessoa ou uma empresa comercializar. “De 50 depósitos, quantos chegam para servir à sociedade? É a grande discussão que a gente tem que começar a abrir dentro da Universidade para melhorar os nossos resultados”, questionou Escodro.

Um trabalho executado e publicado pela servidora da Ufal, Wanessa Simões, mestranda do mestrado Profissional em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação (Profnit), traçou um panorama sobre as universidade federais do Nordeste, usando a base de dados no Inpi para verificar a situação das patentes. Ela coletou informações atualizadas referentes a quantidades de pedidos de depósito, concessões e licenças com contratos averbados. Para se ter uma ideia, só a Ufal tem 179 pedidos, sendo apenas seis concedidas e nenhuma ainda foi licenciada.

“Os resultados demonstraram que a Universidade tem realizado mais depósitos, contudo, ainda não realiza transferência de tecnologia. É preciso traçar estratégias para fomentar a TT na Ufal e fortalecer nossa CIE para que ela possa desenvolver essa prática de negociação”, avaliou a mestranda Wanessa, que assina o trabalho em parceria com Ítalo Noberto e os professores Pierre e Silvia Uchoa. A coordenação da CIE entende que isso é uma urgência no planejamento e Pierre reitera que o trabalho para fazer fluir esta via é um esforço já em evolução, com novidades a serem apresentadas ainda em 2021.

Inclusive, o trabalho de Wanessa Simões foi premiado como o melhor trabalho da sessão de apresentações orais no 11º ProspeCT&I 2021 e 5º Congresso Internacional do Profnit, realizados no início deste mês.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!




Botão Voltar ao topo