UE deve elevar exigências para importação de carne brasileira, diz Maggi

Ministro da Agricultura afirmou que o bloco sempre foi muito exigente com relação aos alimentos importados. UE restringiu compras após Operação Carne Fraca.

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou que a Operação Carne Fraca deve fazer com que a Europa apresente mais exigências para a importação de carne brasileira.

“A Europa tem determinadas regras, nos últimos anos, com relação a alimentos. O momento que nós vivemos é um momento que eles até virão com novas propostas de novos controles, novas regras. É preciso entender o que eles estão nos propondo”, afirmou Maggi.

Mais tarde nesta quarta, em entrevista a jornalistas, o comissário da União Europeia para Saúde e Segurança Alimentar, Vytenis Andriukaitis, confirmou que a UE estuda medidas mais rigorosas para a entrada de produtos brasileiros, como o fortalecimento das verificações documentais.

Andriukaitis afirmou que o escândalo com a carne brasileira mostrou a necessidade dos países receberem informações imediatas sobre os produtos que chegam até eles. O comissário destacou que não há um prazo para que a UE tome qualquer decisão em relação às importações brasileiras.

Na terça (28), Andriukaitis também se reuniu com o ministro Maggi. Após o encontro, o ministério disse que Andriukaitis relatou na conversa com Maggi que tem sido pressionado para tomar medidas mais duras contra o Brasil.

A equipe do ministério terá uma reunião na quinta-feira (30) com representantes da União Europeia para dar mais detalhes sobre a situação dos frigoríficos brasileiros. A UE não chegou a decretar embargo à carne brasileira, mas restringiu a entrada de produtos dos 21 frigoríficos investigados pela Operação Carne Fraca.

Maggi afirmou que o governo brasileiro só terá uma ideia mais clara de quanto perdeu mercado depois que forem retomados todos os embarques de carnes. Maggi destacou que em maio uma comitiva do governo, empresas e associações deve viajar à Europa, Oriente Médio e Ásia para “dar explicações técnicas e tentar reatar mercado.”

Veja a lista de países e as restrições impostas

DIMINUÍRAM RESTRIÇÕES

Chile

Suspendeu temporariamente as importações de todas as empresas. Depois, retirou o veto para importações de carnes brasileiras, mas manteve a suspensão para frigoríficos investigados.

China

Suspendeu o desembarque de carne brasileira, até ter mais informações. Depois, anunciou que vai abrir o mercado para a carne exportada pelo Brasil com exceção dos 21 frigoríficos investigados. Também decidiram não aceitar cargas libertadas pelos fiscais citados na operação.

Egito

Suspendeu temporariamente a importação de todas as empresas. Depois, afirmou que vai retomar as importações de carnes brasileiras, com exceção dos 21 frigoríficos investigados.

Barbados

Suspendeu as importações de carne processada. Posteriormente decidiu reabrir o mercado. Sem restrições.

Hong Kong

Suspendeu temporariamente a importação de todas as empresas. Agora liberou a importação, mas restringiu os 21 frigorificos investigados.

SUSPENSÃO

Argélia

Suspendeu temporariamente as importações de carnes brasileiras.

Jamaica

Suspendeu temporariamente a importação de carne processada e pediu o recolhimento dos produtos que estavam no mercado interno.

Marrocos

Supendeu temporáriamente todas as importações

México

Suspendeu temporariamente a importação de carnes brasileiras.

Panamá

Suspendeu temporariamente a importação de carne processada.

Qatar

Paralisou o desembarque de carne brasileira até a validação de testes por amostragem

Santa Lúcia

Suspendeu todas as importações de carnes processadas e determinou recall dos produtos no mercado interno

São Cristovão e Névis

Suspensão de todas as empresas e recall de carne processada no mercado interno

São Vicente e Granadinas

Suspensão temporária com recall de produtos no mercado interno

Trinidad e Tobago

Suspendeu temporariamente a importação de carne processada e pediu o recolhimento dos produtos que estavam no mercado interno.

Zimbábue

Suspendeu temporariamente todas as importações

SUSPENSÃO PARCIAL

Arábia Saudita

Suspendeu de 4 empresas citadas na operação

África do Sul

Suspendeu temporariamente a importação de carne de seis frigoríficos

Bahrein

Suspendeu de 4 empresas citadas na operação, seguindo a Arábia Saudita. O Ministério da Agricultura diz que a informação é da imprensa local.

Emirados Árabes

Suspensão temporária de 6 empresas investigadas

Japão

Suspendeu temporariamente a importação de carne dos 21 frigoríficos investigados.

Vietnã

Suspendeu temporariamente a importação de carne dos 21 frigoríficos investigados.

Peru

O país suspendeu a permissão para a importação de carne de frango de duas empresas brasileiras investigadas.

União Europeia

Suspendeu temporariamente a importação de todos os frigoríficos investigados na Operação Carne Fraca e intensificou o controle sanitário.

Suíça

Suspendeu temporariamente a importação de carne vinda de quatro frigoríficos

Canadá

Suspendeu temporariamente a importação de carne dos 21 frigoríficos investigados.

REFORÇO DO CONTROLE PELAS AUTORIDADES SANITÁRIAS

Coréia do Sul

Aumentou de 1% para 15% das amostras inspecionadas. O país anunciou suspensão das importações, mas voltou atrás no dia 21de março.

Estados Unidos

Anunciou que vai inspecionar 100% das amostras que chegarem ao país.

Malásia

Elevou a fiscalização para nível 5.

Argentina

Realizará controle maior das importações

PEDIDOS DE INFORMAÇÕES

Israel

Pediu informação sobre unidades exportadoras

Rússia

Pedido de informação sobre frigoríficos específicos

Irã

Pediu mais informações ao governo brasileiro

OUTRAS MEDIDAS

Granada

Recall no mercado interno de carnes processadas

g1

29/03/2017

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