Durante ataque na província de Idlib, um ‘gás tóxico’ foi liberado. Vítimas morreram por asfixia e dezenas tiveram problemas respiratórios.
Um bombardeio aéreo que liberou “gás tóxico” na província de Idlib, norte da Síria, matou 58 pessoas, entre elas nove crianças, nesta terça-feira (4), de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
De acordo com a ONG, que não sabe que tipo de gás foi liberado, os civis morreram por asfixia em Khan Sheikhun. Dezenas apresentaram problemas respiratórios, vômitos e demaios.
O ataque aconteceu no dia que marca o início de uma conferência de dois dias em Bruxelas sobre o futuro da Síria, com mediação da União Europeia e da ONU.
Fotos de ativistas mostram voluntários dos Capacetes Brancos, grupo de socorristas na zona rebelde, no momento em que tentavam ajudar os feridos. Eles jogam água no rosto das pessoas e pelo menos dois homens aparecem com espuma branca ao redor da boca.
A oposição síria pediu ao Conselho de Segurança da ONU a abertura de uma investigação sobre o ataque com “gás tóxico” no noroeste do país.
A nota acusa o “regime do criminoso Bashar al-Assad” de ter executado os bombardeios contra Khan Sheikhun com “obuses que continham gás químico”.
A província de Idlib é controlada em sua maior parte por uma aliança de rebeldes e jihadistas. A região é bombardeada com frequência por aviões do exército sírio e da Rússia, assim como da coalizão liderada pelos Estados Unidos para neutralizar os jihadistas.
Mas as alegações de que Damasco utiliza este tipo de armamento são recorrentes e uma investigação liderada pela ONU atribuiu ao regime pelo menos três ataques com gás cloro em 2014 e 2015. A Síria ratificou a Convenção sobre a Proibição de Armas Químicas em 2013.
O OSDH, que tem sede na Grã-Bretanha e conta com uma ampla rede de fontes na Síria, não soube informar se os bombardeios foram executados por aviões das Forças Armadas sírias ou russos, aliados do regime de Damasco.