Romance sem medidas: com 1,42m de altura, homem vence preconceito e constrói família

Romance sem medidas: com 1,42m de altura, homem vence preconceito e constrói família

Com 1,42 m de altura, o auxiliar administrativo José Rodrigues, de 30 anos, acostumou-se a ser alvo de olhares curiosos ao passear de mãos dadas com a mulher, Francisca Torres, de 21. A cabeleireira, com 1,55m, refere-se ao marido como “meu baixinho” e garante que sua pequena estatura nunca foi empecilho para o romance dos dois. Os maranhenses se conheceram pela internet, em 2010, e casaram-se no ano passado, em São Paulo.

Por conta das medidas de José — estudos sobre nanismo apontam alturas limites entre 1,40 e 1,45m para homens serem considerados anões, embora seja preciso considerar outros fatores genéticos —, o casal precisou aprender a lidar com o preconceito nas ruas, informa o Extra.

— Outra dia, estávamos passeando com nosso filho (Elyabe Henrique, de 3 anos),quando um grupo de jovens passou gritando “olha o anão”. Meu marido fingiu que não viu, mas ficamos muito tristes com aquilo — conta Francisca, que procura tirar o melhor dessas situações: — Tentamos mostrar ao nosso filho que é preciso ter respeito acima de tudo, seja qual for a diferença.

Apesar de ambos serem naturais da cidade de Caxias, no Maranhão, estavam em estados diferentes quando se conheceram, batendo papo pelo Orkut. José morava em Brasília, onde recebeu o apelido de Gigante após vencer a meia maratona da cidade. Francisca estava em São Paulo. Após seis meses de conversas virtuais, José decidiu visitar Francisca. Antes, enviou fotos e revelou suas medidas à pretendente.

— Como eu conhecia o caráter dele, o cuidado que tinha comigo e a forma carinhosa de falar, quando o vi pela primeira vez não me causou surpresa sua estatura. Mas muitos vieram perguntar se era realmente aquilo que eu queria, porque se levasse adiante iria sofrer muito com o julgamento das pessoas — lembra a cabeleireira.

O namoro começou em 2011. Dois anos depois, começaram a morar juntos, e o filho veio em setembro de 2013. Em maio de 2016, eles oficializaram a união.

— Nesse processo todo, a gente sofreu muito preconceito. Até mesmo da própria família. Embora nunca tenha ouvido familiares criticando o relacionamento, no começo todos duvidavam de que aquilo iria além de um namoro — conta Francisca.

Há um ano casados, ainda enfrentam discriminação nas ruas, mas não se incomodam.

— Não mudou muita coisa em relação ao preconceito das pessoas. Sempre que saímos, ouço piadinhas e vejo olhares atravessados das pessoas. Mas nada abala meu amor por ele — garante ela.

21/06/2017

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