Repercussão e polícia ´assustaram bandidos´ que sequestraram Mariana

De acordo com secretário, dois carros e cinco homens estiveram envolvidos na ação. Foto: Deraldo Francisco/Jornal O Dia Alagoas

As Polícias Civil e Militar fizeram a sua parte nas investigações em torno do sequestro da menina Mariana Farias, de 14 anos, ocorrido ontem à tarde, em Arapiraca. No entanto, conforme reconhecimento da cúpula da Secretaria de Segurança Pública (SSP), a atuação da imprensa e das pessoas nas redes sociais pressionaram os criminosos a libertarem a menina. O cerco policial montado em terra e pelo ar foi decisivo para a liberdade da garota com vida.

Mariana Farias contou hoje à imprensa que, quando foi deixada pelos homens que lhe sequestraram – numa região de canavial, provavelmente em Campo Alegre – ela foi orientada por um deles para pedir ajuda. Ele até pediu, mas não foi atendida. Em seguida, a polícia chegou ao local e a resgatou.

Ela contou que ontem à tarde, quando chegava em casa, notou dois carros diferentes e uma movimentação estranha na rua, no bairro Verdes Campos. Em seguida, seu pai abriu o portão e a família entrou com o carro na garagem. Na sequência, armados, os bandidos vieram atrás e renderam todos. Os pais da menina foram amarrados com “enforca-gatos” e deixados dentro de casa, enquanto Mariana Farias era levada.

Para os policiais que estiveram bem perto da menina, ela não se deu conta dos riscos que correu. “Mariana tem catorze anos mas ainda é muito criança. O tempo todo ela brincava com a gente [policiais] como se não tivesse acabado de ser resgatada de um sequestro”, comentou um delegado que atuou na operação para o resgate da menina.

Mariana apareceu posando com policiais após ser resgata. Foto: Redes Sociais

Em coletiva de imprensa ocorrida na manhã de hoje, o secretário da SSP, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, destacou a atuação dos oficiais da Polícia Militar e dos delegados de Polícia Civil no caso. Ele disse que o tempo-resposta da polícia foi em torno de dez minutos para o ocorrido. “Acionamos de imediato as Polícias Civil e Militar em Arapiraca, colocamos duas aeronaves no ar e entramos em ação. Estive na casa da Mariana e falei com a mãe dela, que está grávida. Eu lhe prometi que sua filha voltaria para casa sã e salva”, disse Alfredo Gaspar.

A dinâmica do crime

Conforme a polícia, o sequestro foi planejado pelo comerciante “Maurício Gordo” que conhecia o pai de Mariana. Ele tinha uma loja de peças para veículos, em frente à loja do pai da menina, que atua no mesmo ramo. O objetivo do sequestro seria extorquir dinheiro. Para o sequestro, ele chamou dois rapazes que trabalhavam para ele, numa obra, próximo à casa da menina. O veículo Onix de cor vermelha usado no sequestro foi locado em Maceió por um rapaz que mora no Conjunto Gama Lins, na Cidade Universitária. A polícia informou que esse carro foi locado para ser usado no transporte de passageiros por aplicativo.

Após o sequestro, no retorno para Maceió, o condutor do Onix vermelho deixou a menina e os dois criminosos que aparecem nas imagens do sequestro, em Campo Alegre. A menina foi para um lado e os criminosos teriam ido direto se encontrar com “Maurício Gordo”. Pouco tempo depois, o veículo e o condutor foram localizados pela polícia, no Gama Lins, em Maceió.

Interrogado, o condutor contou a sua versão para o caso e foi preso. O carro foi apreendido. Enquanto isso, Mariana Farias era localizada pela polícia sem nenhum ferimento. As investigações prosseguiram e “Maurício Gordo” foi localizado pelo comboio da Polícia Civil, inclusive com a presença do secretário Alfredo Gaspar, numa região próxima a Maribondo.

“O carro [um Honda Civic] dos bandidos praticamente se chocou com o nosso. Demos voz de prisão, mas eles revidaram a tiros. Os delegados reagiram e os criminosos foram atingidos e tombaram mortos”, disse o secretário. Nesse confronto, morreram “Maurício Gordo”, um homem identificado apenas como “Coroa” e outro chamado “Marcos Neguinho”. Outro homem, cuja identidade não foi revelada, também foi preso. Ao todo, a ação criminosa envolveu cinco pessoas [dois presos e três mortos] e dois carros [um Onix e Honda Civic].

“Quem não reagiu à ação policial, foi preso e responderá na justiça pelo crime que cometeu. Quem reagiu foi morto e será enterrado.”, comentou o secretário.

Coletiva de imprensa reuniu representantes das polícias Militar e Civil. Foto: Deraldo Francisco / O Dia Alagoas

Alfredo Gaspar ainda advertiu criminosos e integrantes de facções criminosas, “Mando um recado para os bandidos: não temos flores para vocês. Não saímos de casa para matar ninguém, mas não quero enterrar policiais”, pontuou Gaspar.

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