Quase 12 horas depois, operários retiram corpos de vítima de queda de viaduto no Rio

Operários a serviço da Prefeitura do Rio retiraram, às 6h40 desta sexta-feira (9), os corpos das vítimas da queda de uma viga de um viaduto em Coelho Neto, Zona Norte do Rio, na noite desta quinta (8).

  1. Adeir dos Anjos Peixoto, de 62 anos, que dirigia um caminhão carregando contêineres;
  2. Deivid Sangi da Costa, 29 anos, auxiliar.

Foram praticamente 12 horas de trabalho, entre serragem da estrutura e içamento de partes, até a remoção do primeiro corpo.

Adeir dos Anjos Peixoto, de 62 anos, e Deivid Sangi, 29 anos, vítimas da queda da viga — Foto: Reprodução/TV GloboAdeir dos Anjos Peixoto, de 62 anos, e Deivid Sangi, 29 anos, vítimas da queda da viga — Foto: Reprodução/TV Globo

Adeir dos Anjos Peixoto, de 62 anos, e Deivid Sangi, 29 anos, vítimas da queda da viga — Foto: Reprodução/TV Globo

Como foi o acidente

O acidente aconteceu na Rua Cajurana, próximo ao número 2.055 da Avenida Brasil, depois da Passarela 28.

Testemunhas dizem que o motorista bateu em uma viga recém-instalada, que reduziu a altura da estrutura. A viga de concreto, que pesa 55 toneladas, caiu em um contêiner.

Adeir tentou sair de ré, mas toda a estrutura acabou desabando sobre a cabine.

Equipes da prefeitura, do Consórcio Transbrasil, da Light, dos bombeiros, da PMe da Polícia Civil trabalharam no local do acidente durante toda a madrugada.

Dois guindastes foram acionados pra içar as novas vigas do viaduto. A primeira foi erguida às 2h. Só depois da retirada da segunda viga é que os corpos das vítimas puderam ser removidos pelos bombeiros.

Interdições

Os trabalhos para a remoção da estrutura interditam a Avenida Brasil, no sentido Centro, entre Guadalupe e Coelho Neto.

O trânsito está sendo desviado para uma reversível montada entre as passarelas 29 (Barros Filho) e 27 (Irajá). Uma alternativa é a Estrada João Paulo, em Barros Filho, no sentido Madureira, informa o G1.

Falta de sinalização

Genro de Adeir, Flávio Silva afirmou que o viaduto estava mal sinalizado.

“Instalaram essas vigas há pouco tempo. [Ficou] muito mais baixo que o viaduto normal. E não sinalizaram”, afirma.

Flávio garante que o sogro era muito zeloso. “Há mais de 40 anos ele é carreteiro. Trabalhou a vida toda, nunca se envolveu num acidente”, diz.

Vizinha do viaduto, a técnica de enfermagem Cátia Braga também reclama da sinalização no local. “Cadê a sinalização? Ao longo da via, no viaduto? Não tem. Um acidente como esses mostra a falta de responsabilidade das pessoas que estão aí em cima. Os responsáveis pela obra”, afirmou.

Prefeitura culpa caminhoneiro

A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação divulgou uma nota no início da madrugada. “Um caminhão carregando contêineres, com a altura acima do permitido, atingiu a viga pré-moldada que faz parte das obras de alargamento do viaduto de Coelho Neto, na Avenida Brasil”, afirmou.

O texto citava ainda uma norma padrão que trata dos gabaritos de obras. “Em vias expressas ou estruturais, esse gabarito é de 5,80 metros. Já nas vias arteriais, o caso dessa, o gabarito é de 4,80 metros”, detalhou.

A viga, ainda segundo a secretaria, atendia às normas técnicas vigentes. O órgão assegurou que há sinalização referente aos limitadores de altura em toda a cidade.

A TV Globo apurou, no entanto, que a altura do caminhão somava 4,30 metros – 1,40 m da base mais 2,90 m do contêiner – meio metro abaixo do limite especificado.

09/08/2019

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