Projeto da Polícia Civil reduz em 48% criminalidade na Região Norte

Criado com intuito de oferecer respostas mais ágeis à sociedade e reduzir o número de inquéritos acumulados nas delegacias

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O projeto “Polícia Civil pelo Cidadão”, uma iniciativa do delegado-geral Paulo Cerqueira, em sua primeira etapa, superou as expectativas. Criado com o objetivo de oferecer respostas mais ágeis à sociedade e reduzir o número de inquéritos acumulados nas delegacias, as ações realizadas acabaram por reduzir em 48% os índices de criminalidade nas cidades que integram a Gerência de Polícia Judiciária da Área-2 (GPJA-2), na região Norte do Estado.

A atual direção da Polícia Civil, com o projeto, criou uma força-tarefa volante formada por cerca de 180 policiais, entre delegados, escrivães e agentes, que nessa primeira etapa, concluída no final do mês de julho, conseguiu reduzir o número de inquéritos acumulados nas delegacias pertencentes à regional de Matriz de Camaragibe: Porto Calvo, Maragogi, São Luiz do Quitunde, Passo de Camaragibe, Porto de Pedras, Japaratinga e São Miguel dos Milagres.

“O trabalho visa possibilitar a conclusão, de forma mais célere, dos inquéritos existentes, ao tempo em que, também conseguirá fazer com que a sensação de impunidade seja combatida. Estamos oferecendo para a sociedade respostas a questões relativas ao cidadão, seja como autor ou vítima”, acrescentou Paulo Cerqueira.

O agente Ricardo Dias, coordenador do projeto, diz que o “Polícia Civil pelo Cidadão” foi constituído de três fases: Na primeira, foram solicitados inquéritos acumulados, que passaram por análise de equipes da Delegacia Geral e que geraram ordem de missões, intimações e representações. A maior parte dos inquéritos pendentes foi do ano de 2014 e alguns de 2011 e 2012. Na segunda fase, equipes do Tigre (Tático Integrado de Grupamento de Resgates Especiais), Asfixia e Geai (Grupo Especial de Apoio Investigativo) se deslocaram para a região e cumpriram mandados e outros procedimentos policiais inerentes à atividade da Polícia Civil, e, ao mesmo tempo, contribuíram com a segurança pública em relação à presença ostensiva durante o trabalho realizado. Já na fase conclusiva do projeto, pessoas envolvidas em crimes e testemunhas prestam depoimento nas delegacias.

Segundo ele, 40% dos inquéritos analisados da região de Matriz (70% deles de homicídios) e outros 100 inquéritos da região de União dos Palmares, estes todos de homicídios, foram concluídos e estão sendo encaminhados agora à Justiça.

O coordenador explica que o acúmulo de inquéritos pendentes ocorre devido ao baixo efetivo da Polícia Civil. “A polícia local por esta razão não estava conseguindo dar conta da demanda momentânea e do passivo que ficava. Acreditamos que acabando o passivo existente, e ficando somente a demanda momentânea, a polícia local consegue dar a resposta que a sociedade merece”.

Embora o foco fosse a conclusão dos inquéritos, com a presença dos policiais civis na região, houve algumas prisões em flagrante e alguns cumprimentos de mandados de prisão. Muitas pessoas foram indiciadas, e inúmeros casos resolvidos.

Ele cita o inquérito de estupro que estava parado desde 2013. Com o projeto, o acusado – Miqueias dos Santos, o “Mago”, foi identificado como autor do crime. A vítima tinha sido uma vizinha dele, na cidade de Maragogi.

Um atropelamento ocorrido, também em Maragogi, em 2012, foi esclarecido. Um homem identificado como Jadielson foi a vítima. O autor do atropelamento, motorista de uma ambulância, foi identificado e confessou o crime.

Um grupo criminoso, envolvido em assassinatos e tráfico de drogas, que atuava no bairro “Risca Faca”, foi desmantelado. O líder, identificado como Júnior, foi indiciado em quatro inquéritos por homicídio.

Em São Miguel dos Milagres, um pai é acusado de ter estuprado uma filha, que teria engravidado. Com a força-tarefa, um exame de DNA está em andamento para esclarecer de uma vez por todas se o menino é realmente resultado do estupro.

Redução

Vários inquéritos de crimes ambientais foram igualmente concluídos e pessoas indiciadas. “Acreditamos que a partir disso haverá uma redução desse tipo de crime na região”, afirmou Ricardo Dias, acrescentando que, em virtude da presença da polícia e da redução da sensação de impunidade, a sociedade fica mais à vontade para contribuir com informações.

De acordo com o coordenador, a ideia é fazer um ciclo e periodicamente uma região ser alvo da força-tarefa. “Nosso desejo é que em oito meses acabe todo o passivo de inquéritos pendentes no Estado. A próxima região a ser atendida será Penedo, mas isso pode ser alterado devido às manchas de criminalidade, sendo o alvo deslocado para outra área. Também já estamos analisando inquéritos de homicídios, ocorridos no Benedito Bentes (Maceió) e Rio Largo, sendo 60 de cada uma dessas localidades”, concluiu.

Jaime Feitosa – Agência Alagoas

08/08/16

 

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