Primeira Infância Cidadã manteve atendimento remoto durante a pandemia

Programa assiste 1462 famílias em bairros da periferia da capital

O programa Primeira Infância Cidadã é executado pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) desde agosto de 2019. O trabalho consiste na realização de visitas domiciliares realizadas pelos 50 visitadores às 1462 famílias, sendo 1523 indivíduos acompanhados. A iniciativa atende crianças de zero a seis anos de idade e gestantes que residem em bairros da periferia da capital e vivem em situação de vulnerabilidade social. Mesmo com a pandemia, o serviço não foi suspenso pela Prefeitura de Maceió, apenas reajustado.

O trabalho consiste no desenvolvimento de técnicas e metodologias realizadas pelo visitador nas residências. Neste período, foram desenvolvidas atividades lúdicas, como brincadeiras com instrumentos que já existem e fazem parte do dia a dia das famílias. As equipes incentivam o uso de materiais recicláveis, que são transformados em ferramentas para desenvolver a linguagem, a comunicação e a motricidade das crianças.

Pandemia

Com a pandemia, desde março de 2020, houve mudanças na execução do programa. A ação dos visitadores teve que se readequar, já que as visitas domiciliares foram suspensas, sendo readaptadas para continuarem acontecendo.

Foram criados grupos em aplicativo de mensagens, cujas famílias receberam orientações em áudios e vídeos. Os visitadores também elaboraram kits que foram entregues às famílias. Também foram distribuídas cestas básicas e material de limpeza para que as famílias não ficassem desassistidas. Até o momento, o contato diário está sendo realizado por aplicativo para que o vínculo não seja perdido e uma visita mensal é realizada na porta da família.

No dia 10 de setembro será realizada a reunião mensal do programa na sede da Secretaria, no bairro do Poço, com a participação das seis supervisoras e da diretora técnica. No encontro, serão avaliados e discutidos os avanços e dificuldades enfrentados e ainda será feito o planejamento das ações referentes ao mês de setembro.

“Pretendemos retomar de forma gradativa com a expectativa de realizar de uma a três visitas por dia, com tempo reduzido, apenas de 20 a 25 minutos, tendo o cuidado do visitador não entrar na residência, mas sim conversar e orientar da porta de casa. Podemos retomar as visitas mantendo o distanciamento social e seguindo os protocolos de segurança com o uso de máscara, higienização das mãos com álcool a 70% e, quando necessário, a utilização de luvas, touca e bata de TNT”, enfatiza a coordenadora técnica.

Gestante acompanhada pelo Primeira Infância Cidadã com a coordena técnica do programa, Wellida Santos. Foto: Ascom Semas

Funcionamento

Antes da pandemia, as visitas eram realizadas seguindo a metodologia e, em casos de gestantes, ocorria uma visita por mês. As crianças com deficiência, de 0 a 6 anos, realizavam duas visitas por mês, a cada 15 dias. Crianças de zero a três anos, quatro visitas por mês, sendo uma por semana.

Nesse período, os visitadores acompanhavam, cada um, de 25 a 30 famílias. Cada visitador tem uma meta de assistir 30 indivíduos. A experiência local ultrapassou a meta com visitadores acompanhando até 35 pessoas.

A equipe do Primeira Infância Cidadã é composta por seis supervisores, dois coordenadores administrativos, três motoristas e a coordenadora técnica geral. O trabalho é descentralizado e está presente em três Centros de Referência da Assistência Social: Cras Área Lagunar, no Prado; Cras Bela Vista, São Jorge; e Cras Selma Bandeira, que fica no Benedito Bentes.

Para as comunidades conhecerem o programa, foram realizadas diversas visitas em escolas, creches, unidades de saúde, igrejas cristãs, casas de santo, feiras livres e outros locais. A intenção era que, quando o visitador chegasse às residências, os responsáveis já soubessem de alguma informação sobre o Primeira Infância Cidadã, que tem o objetivo de trabalhar o desenvolvimento infantil integral desde a gestação, o nascimento do bebê e o acompanhamento integral da criança até os seis anos de idade.

Os visitadores propiciam aos responsáveis — que podem ser mães, pais, avós ou avôs da criança — o entendimento de que a realização das brincadeiras têm objetivos e estimulam o desenvolvimento infantil. Nesse sentido, uma ilustração de uma revista, a foto de um animal, papel, papelão, garrafas pet se transformam em equipamentos para o desenvolvimento de atividades lúdicas como pintura, colagem e contação de histórias. O programa parte da premissa de que um lar harmonioso contribui para o desenvolvimento da criança.

Criança realiza atividade que trabalha a percepção de formas e cores. Foto: Acervo pessoal

Intersetorialidade

O trabalho de articulação envolve outras instituições públicas que fazem parte da rede de atendimento socioassistencial. A coordenadora técnica do Primeira Infância Cidadã, Wellida Santos, explica que o programa trabalha com a chamada intersetorialidade, que consiste na articulação e integração das políticas públicas de saúde, educação, cultura e direitos humanos.  

Os visitadores são responsáveis por avisar às supervisoras do programa quando a família necessita de outras políticas públicas. A supervisão do programa, então, aciona a rede de atendimento socioassistencial. Com isso, são atendidos problemas sociais como a fome e violência doméstica contra a criança, a mulher ou o idoso. Há, ainda, casos de uso abusivo de drogas. Esses casos especiais são direcionados para o Centro de Referência Especializado da Assistência Social, o Creas mais próximo do domicílio.

Situações em que há falta de creche para a criança ou do pré-natal para a gestante é necessário acionar a escola e a unidade de saúde do bairro onde a família reside.

“Fazemos a integração com a rede de proteção à criança, ao idoso e à mulher. Tem famílias que precisam de benefícios eventuais, daí são encaminhadas para o Cras ou, a depender dos problemas, o Creas”, explica Wellida.

Cícero Rogério/Ascom Semas

Jornal Rede Repórter - Click e confira!




Botão Voltar ao topo