Presos na PF de SP, Joesley e Wesley Batista são autorizados a receber visita

A Justiça aceitou um pedido da defesa dos donos da J&F, Joesley Batista e Wesley Batista, para que eles recebam visita na sede da superintendência da Polícia Federal em São Paulo, na Lapa, Zona Oeste da capital paulista, onde estão presos.

As visitas na carceragem começarão ainda nesta semana. Os dois irmãos estão em celas separadas, e individuais. Eles possuem contato durante o banho de sol, que acontecem durante duas horas no período da manhã e duas horas, no período da tarde, revela o G1.

Mas eles estão na mesma ala da carceragem da PF, que possui 2 alas masculinas, cada uma com 13 celas.

A PF autoriza as visitas na superintendência nas quintas-feiras. São duas pessoas por vez, entre 14h e 16h30. As visitas pessoais, com contato físico, só são permitidas após 75 dias de prisão.

Normalmente, os presos que ficam na cela da PF são autorizados a receber visita a partir da segunda semana de prisão, para que haja um tempo de adaptação. As visitas são realizadas no parlatório, onde o preso e o visitante são separados por um vidro e conversam por um telefone.

Até a segunda semana de prisão, só é permitida normalmente a entrada de objetos pessoais. Os presos podem receber alimentos, roupas, produtos de higiene e livros.

Prisão dos Batista

José Batista Sobrinho, fundador da JBS e pai de Wesley e Joesley Batista, foi escolhido por unanimidade pelo conselho de administração da empresa como novo presidente. A troca de comando ocorre após a prisão de Wesley, então presidente da empresa, na semana passada. Segundo comunicado da JBS, Batista Sobrinho vai completar o mandato em curso.

A troca do presidente da JBS ganhou caráter de urgência após a prisão de Wesley Batista na última quarta-feira pela Polícia Federal. Até então, ele estava à frente da JBS, que é a maior empresa do setor de carnes do mundo.

A prisão de Wesley ocorre em um momento em que a JBS está executando um plano de venda de ativos de R$ 6 bilhões. A companhia também está em negociação com bancos credores para alongar sua dívida.

Ele foi acusado de uso de informações privilegiadas para lucrar no mercado financeiro. A JBS fez operações no mercado de câmbio e ações entre abril e 17 maio de 2017, data de divulgação de informações relacionadas ao acordo de colaboração premiada firmado entre executivos da J&F e a Procuradoria Geral da República (PGR). No dia seguinte à divulgação, o dólar disparou 8%.

O irmão Joesley Batista também foi alvo de mandato de prisão preventiva expedido pela Justiça Federal no mesmo dia, mas já estava preso desde o domingo (10), por outra acusação. O relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, acolheu o pedido de prisão temporária por conta de indícios de que Joesley tenha omitido informações na delação feita à PGR – o que anularia o acordo que lhe garante imunidade.

Disputa entre família Batista e BNDES

Desde que os irmãos Joesley e Wesley Batista confessaram sua participação em esquemas de corrução em seus depoimentos no acordo de delação premiada, o BNDES tenta afastá-los do comando da JBS.

O BNDES é o segundo maior acionista da JBS, com participação de 21,3% no capital total da empresa por meio do seu braço de participações, o BNDESPar. A FB Participações, empresa que reúne os negócios da família Batista, detém 42% da empresa.

O banco de fomento informou em agosto que iria defender em assembleia de acionistas que a JBS abra um processo de responsabilidade contra os irmãos Wesley e Joesley Batista e outros ex-executivos da empresa por prejuízos causados à companhia. O banco também pedia a saída de Wesley Batista da presidência executiva da companhia.

A assembleia de acionistas estava marcada para o último dia 1º, mas foi suspensa pela Justiça. O BNDES tinha conseguido uma liminar que impedia que a família Batista votasse na assembleia, mas os irmãos Batista conseguiram suspender a assembleia por 15 dias.

Após a prisão de Wesley Batista, o BNDES voltou a defender a troca de comando na JBS. Na última quarta-feira (13), o banco defendeu a abertura de um processo de seletivo para a escolha do novo presidente “em caráter definitivo para a JBS”.

“Qualquer que seja o desenrolar destes fatos, contribuiria para o melhor interesse da companhia, e para a sua preservação e sustentação, o início de uma renovação de seus quadros estatutários”, disse o banco estatal.

20/09/2017

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