Polícia indicia 210 presos por massacre com 56 mortes

O inquérito que investiga o segundo maior massacre de presos no Brasil foi concluído pela Polícia Civil do Amazonas. Depois de oito meses de investigação, 210 pessoas foram indiciadas pelos assassinatos de 56 detentos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj). Muitos dos presos foram esquartejados durante rebelião na unidade prisional na Zona Rural de Manaus, no dia 1º de janeiro deste ano. O resultado das investigações sobre o massacre foi divulgado na manhã desta sexta-feira (1º).

Após o massacre, a Polícia Civil criou um grupo de trabalho para investigar as mortes. O inquérito foi iniciado no dia 9 de janeiro e enviado à Justiça do Amazonas na quarta-feira (30).

As investigações resultaram em um inquérito com 2.600 páginas e 210 detentos foram indiciados por participação nas mortes dos 56 detentos do Compaj. A polícia ouviu 350 pessoas, revela o G1.

Segundo o delegado geral adjunto Ivo Martins, foram feitas perícias nos locais onde ocorreram as mortes e, ainda, realizados exames de necropsia e de DNA nos corpos. Também foram feitas análises às imagens captadas pelas câmeras do circuito interno da unidade prisional.

Martins disse, ainda, que no curso das investigações, ficou comprovado que as mortes na unidade prisional ocorreram por rivalidade entre duas facções criminosas: Família do Norte (FDN) e Primeiro Comando da Capital (PCC), que atuam no Estado e buscavam ter o domínio dentro dos presídios em Manaus.

Massacre

O motim começou na tarde de 1º de janeiro. De acordo com SSP-AM, os corpos de seis pessoas foram jogados para fora do presídio, sem as cabeças.

Até 20h50 (22h50 no horário de Brasília), a SSP-AM afirmava que 12 agentes carcerários eram mantidos reféns. Outros funcionários que estavam na unidade prisional conseguiram escapar. Presos também foram feitos reféns, mas o número não pôde ser confirmado.

Ao longo da noite, dezenas de pessoas foram para a porta do presídio aguardar informações de parentes presos. Alguns familiares também compareceram à sede do Instituto Médico Legal (IML), na Zona Norte de Manaus. Entretanto, a entrada de parentes e de jornalistas no local foi proibida.

O motim no Compaj durou mais de 17 horas e, após negociações, os presos libertaram reféns e entregaram as armas por volta das 8h40 (Horário de Manaus) do dia seguinte ao início do massacre, dia 2 de janeiro. Ao todo, 17 armas foram apreendidas.

Após o fim da rebelião, o então secretário Sérgio Fontes, durante coletiva de imprensa, classificou a rebelião como “o maior massacre do sistema prisional do Amazonas”.

Com a carcerária no estado, a Força Nacional foi acionada e continua na barreira de acesso ao Complexo Penitenciário Anísio Jobim, onde a maioria dos detentos foram assassinados.

01/09/2017

Jornal Rede Repórter - Click e confira!




Botão Voltar ao topo