PGR pede arquivamento de inquérito para investigar Pezão na Lava Jato

Para vice-procurador-geral, José Bonifácio de Andrada, não há elementos suficientes para continuidade de apuração sobre o governador do Rio de Janeiro.

O vice-procurador-geral da República, José Bonifácio Borges de Andrada, pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) o arquivamento de um inquérito aberto para investigar o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), na Operação Lava Jato.

Diante do pedido da PGR, caberá ao ministro Luís Felipe Salomão, relator do caso no STJ, atender ou não. Salomão pode, se quiser, levar o pedido da procuradoria para análise na Corte Especial do tribunal.

O inquérito

O inquérito sobre Pezão foi aberto em março de 2015 e é baseado na delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.

Em depoimento, Costa disse ter arrecadado R$ 30 milhões como caixa dois para campanha de 2010 do ex-governador Sérgio Cabral, a apartir de obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

Os recursos, segundo o delator, também teriam beneficiado Pezão, à época vice de Cabral. Ainda de acordo com o ex-diretor, o operador dos repasses foi o então secretário da Casa Civil de Cabral, Regis Fichtner. Todos os três negam as acusações.

Sobre Sérgio Cabral, o vice-procurador pediu, ainda, que o caso seja enviado à Justiça Federal do Paraná.

O que diz o Ministério Público

Segundo o vice-procurador, José Bonifácio de Andrada, não há indicativo de benefício a Pezão. “As referências a sua pessoa feitas nos depoimentos colhidos sempre tiveram relação com a composição da chapa eleitoral, não uma indicação específica que pudesse circunscrever atos criminosos de solicitação de vantagens indevidas”, afirmou.

Para Andrada, porém, Sérgio Cabral e ex-secretários dele ainda devem ser alvos de apuração.

“A apuração confirmou que houve solicitação e, inclusive, repasses financeiros correspondentes, bem assim o vínculo dessas ocorrências com o gerenciamento de atos ilícitos promovidos por Paulo Roberto Costa na Petrobras. Fosse uma simples doação eleitoral, não haveria razão para que o diretor da estatal fosse chamado a atuar, inclusive com o acionamento de doleiro (Alberto Youssef), que também agia no gerenciamento dessas atividades criminosas”, concluiu o vice-procurador.

g1

09/03/2017

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