Petrobras vai segurar preço de gasolina e diesel

A Petrobras não vai reajustar os preços dos combustíveis neste momento. Segundo uma fonte, a estatal vai aguardar a evolução do preço do petróleo no mercado internacional para tomar qualquer tipo de decisão.

O presidente Jair Bolsonaro telefonou para o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, para tratar do assunto e foi informado por Castello Branco de que não haverá repasse imediato no preço dos combustíveis.

O presidente deve abordar o assunto em entrevista à TV Record que será exibida às 21h45.

– A companhia vai aguardar a volatilidade dos preços e tomar uma decisão. A estatal tem mecanismos de proteção, com a sua política de hedge. Além disso, o preço do barril fechou a US$ 68. Por isso, não há nada que justique ainda um aumento – disse essa mesma fonte do setor.

Mais cedo, em nota, o Ministério da Economia disse que o governo observa com atenção os ataques com drones a instalações de petróleo da Arábia Saudita, informa o Extra.

Uma possível alta no preço do óleo preocupa por conta da reação imprevisível dos caminhoneiros. O governo não sabe como a categoria receberia um aumento repentino no valor do combustível e teme a “fúria” dos motoristas.

“O Ministério da Economia informa que sua equipe técnica está acompanhando os desdobramentos do ataque à refinaria de petróleo na Arábia Saudita e analisando seus impactos no mercado internacional e na economia doméstica”.

Em maio, o anúncio de que a Petrobras iria reajustar o preço do óleo diesel irritou os caminhoneiros, que ameaçaram fazer uma nova paralisação nacional. Naquela ocasião, um acordo costurado pelo Ministério da Infraestrutura estabeleceu que o custo do diesel seria repassado para a tabela do frete sempre que o combustível subir mais que 10%.

Agora, o governo conta com esse gatilho para segurar uma eventual insatisfação da categoria.

Ruptura

No sábado, dez ataques com drones a instalações de petróleo da Arábia Saudita interromperam a produção em 5,7 milhões de barris por dia, o equivalente à metade da capacidade saudita e mais de 5% do suprimento mundial.

Essa ruptura na produção foi a maior desde o impacto sofrido na invasão do Kuwait pelo Iraque, em 1990, quando os dois países reduziram drasticamente sua produção e o impacto estimado foi de 4,3 milhões de barris de petróleo em corte de oferta.

O ataque evidenciou a vulnerabilidade das instalações de petróleo da Arábia Saudita, o maior exportador do produto no mundo. O uso de novas tecnologias, como os drones, mostrou riscos na segurança que não estavam no radar dos analistas.

Nesta segunda-feira, os mercados reagiram aos ataques com uma disparada nos preços internacionais do petróleo. Depois de ter subido 19,5% durante o dia, chegando a tocar US$ 71,95, o preço do barril do Brent fechou com alta de 14,61%, negociado a US$ 69,02. Este foi o maior ganho percentual em um único dia desde 1988.

17/09/2019

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