Paulo Gustavo filma ‘Minha mãe é uma peça 3’ e revela um sonho: ‘Quero ter quatro filhos’

A sétima arte tem um novo rei: Paulo Gustavo. Após levar mais de 13 milhões de espectadores às salas de todo o país com a franquia “Minha mãe é uma peça”, que estreia seu terceiro filme em 26 de dezembro, o humorista eternizou seu nome na calçada da fama do cinema nacional. Sucesso também no teatro e na TV — no Multishow, protagonizou atrações como “Vai que cola” e “220 volts” —, o ator quer ir ainda mais longe: “O céu é o limite”. Numa casa no Alto da Boa Vista, onde filmava cenas do seu novo longa-metragem ao lado de Mariana Xavier e Herson Capri, ele esbanjou simpatia ao conversar com a Canal Extra sobre Dona Hermínia, sua mais conhecida personagem, que agora vira avó; a relação com a mãe, Déa Lúcia, musa inspiradora do papel que o fez conquistar o Brasil; e com o marido, Thales Bretas, além de abrir o coração a respeito da vontade de ser pai e das eventuais críticas que recebe sobre a fama de ser uma pessoa difícil.

Você imaginava alcançar números tão expressivos com os filmes da franquia “Minha mãe é uma peça”?

O lugar que ocupo é de muita batalha, mas, com certeza, imaginei ter esses números. Quis estar nesta posição, então arregacei as mangas para isso. O meu plano de carreira, eu fiz sozinho. Escrevi meus projetos, corri atrás para produzi-los, até porque não estou nos padrões, não sou galã, não tenho o corpo perfeito, nem tenho cabelo (risos). Acredito no meu potencial e fiz meus sonhos acontecerem. Aliás, sou movido a sonhos. Realizo um, aí já vem outro. Não paro nunca e agradeço milhões de vezes a todo mundo que trabalha comigo.

Você espera superar com esse novo filme os nove milhões de espectadores de “Minha mãe é uma peça 2”?

Eu sempre me cobro. Não sou um ator acomodado, nunca acho que o jogo está ganho. A gente cai do cavalo quando para no tempo e acredita que está acima do bem e do mal. Sou simples, tenho os pés no chão, sei que essa carreira é uma montanha-russa. Vejo como uma grande responsabilidade homenagear a família brasileira mais vez com a história de Dona Hermínia, que surge agora bem feminista. Neste filme, a gente fala de homofobia. É sempre uma preocupação minha fazer as pessoas refletirem por meio do humor.

Em 2015, você se casou com o médico Thales Bretas, e no filme Juliano (Rodrigo Pandolfo) oficializa a união com Tiago (Lucas Cordeiro). A sua vida o inspirou para contar essa história no cinema?

De certa forma, quis falar da minha experiência com Thales, que é maravilhosa, mostrando Juliano se casando com um homem. A gente vive essa era raivosa, de muito preconceito, então é um privilégio falar sobre isso num projeto que tem uma visibilidade tão grande e que se comunica com todas as idades. Mas o filme é, sobretudo, sobre como Dona Hermínia vai lidar com os filhos formando novas famílias. Marcelina (Mariana Xavier) também se casa, vai morar na serra, e tem um filho. Com a comédia, abordo esse jeito que as nossas mães têm de atropelar a gente (risos).

Como sua mãe, Dona Déa Lúcia, lidou com o seu casamento?

Ela ficou feliz e orgulhosa com o meu casamento, das coisas estarem dando certo para mim. Somos muito próximos. Nos falamos todos os dias, toda hora ela vai lá para casa. Venho de uma família simples, me preocupo em ajudar, somos unidos. Minha mãe é professora do Estado aposentada, meu pai (Júlio Monteiro), que é meu grande amigo, trabalhava na área de urbanismo da prefeitura, também ganhava pouco. Sou muito feliz com a minha família.

Este ano, você estreou o show “Filho da mãe”, em que divide a cena com a sua mãe. Essa convivência ainda mais intensa gera conflitos?

Rola briga de bastidor, sim! Mas as brigas são bobas, normais entre mãe e filho. Às vezes, ela planeja chegar muito mais cedo no teatro com medo de se atrasar e quer que eu vá junto, aí eu falo logo: “Vai no seu horário que eu vou no meu. A gente se encontra lá”. Ela também quer receber um monte de amiga no camarim antes do show, e, quando estou me maquiando, me arrumando, digo: “Mãe, vai para outro camarim receber todas as suas amigas sozinha” (risos). Mas a gente se dá superbem. O saldo é positivo.

Os filhos crescem, mas as mães seguem preocupadas. Qual é a dor de cabeça que você ainda dá a sua mãe?

Ela sempre fala: “Paulo Gustavo, pelo amor de Deus, cuida do seu casamento. Se Thales se separar de você, ninguém mais vai te aturar” (risos). Além de sempre pedir para eu me agasalhar, me alimentar, não chegar tarde em casa…

Por que Dona Déa Lúcia diz que só Thales é capaz de “te aturar”?

Minha mãe acha que sou genioso, autoritário, mandão… (risos). Diz que Thales se permite ser comandado por mim (risos). Mas ele não é bobo, só deixa eu mandar quando ele quer. Ela acha que, se eu casasse com alguém que não fosse calminho, a pessoa ia me largar num segundo (risos).

No filme, Dona Hermínia vai ter o primeiro neto. Sua mãe quer ser avó? Você e Thales vão tentar ter um bebê novamente (em 2017, a mulher que gerava os gêmeos do casal, via barriga de aluguel, sofreu um aborto espontâneo)?

Minha mãe não cobra um neto, sabe que a gente já teve um primeiro ensaio e que está aguardando o segundo. Ela quer muito ser avó e brinca, pedindo para a gente agilizar logo isso porque está mais perto da morte do que da vida. Eu e Thales estamos conversando sobre filhos. Vai ser no mesmo esquema, com barriga de aluguel e gerado em outro país. Vai dar certo! Tomara que role logo!

Como será o Paulo Gustavo pai?

Brincalhão, bobão… Sonho ser pai e já tenho uma conexão muto boa com crianças. Nós queremos ter quatro filhos. E vamos educá-los bem! Minha mãe nunca mimou a gente (Paulo tem uma irmã, Juliana), nunca passou a mão na nossa cabeça. Ela é do tipo que briga pela gente e com a gente. Com certeza, será minha inspiração.

Você se define como uma pessoa movida a sonhos. Quais são seus maiores desejos?

Ter filhos e muita saúde! E, claro, “Minha mãe é uma peça” 4, 5, 6… Minha mãe diz que quando ela morrer, minha carreira acaba (risos). Sucesso não é só fazer um projeto, ganhar dinheiro e ficar famoso. É se sentir realizado na vida amorosa, ter família, amigos, curtir a vida de forma tranquila, conquistar os desejos sem passar por cima de ninguém, ser honesto e ético.

Vocês recebeu a Canal Extra no set de “Minha mãe é uma peça 3” com simpatia, gentileza e se definiu nesta entrevista como um homem simples. De onde vem o rótulo de ser uma pessoa difícil, estrela?

Eu sei que tenho essa fama. Sou dono desse projeto, eu escrevo, produzo, invisto dinheiro e, quando se é chefe, acontece de você ser mal interpretado. Outro dia, estava filmando em Santa Teresa e estava tendo um tiroteio. Chamei a equipe e disse que achei mais prudente cancelar a gravação porque não valia a pena arriscar a vida de todo mundo. Tomei essa decisão pensando em todos. Mas depois me contaram que uma pessoa perguntou se eu tinha encerrado a filmagem porque tinha dado um piti de estrela. É complicado, e também tem a coisa do fã. Se você tira sete fotos e não pode tirar a oitava, você vira um filho da mãe para essa pessoa, que acaba espalhando que você é estrela. Não tem jeito, é impossível controlar isso. Nunca vou agradar a todo mundo.

16/08/2019

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