Pandemia torna crianças mais vulneráveis à violência sexual

Imagem: Assessoria

Nesta terça-feira, 18 de maio, é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil. Uma data para conscientizar a sociedade e as autoridades sobre a gravidade da violência contra crianças e adolescentes. Em meio à pandemia e ao isolamento social, os registros de violência física, sexual e psicológica contra as crianças aumentaram exponencialmente, o que parece contraditório, já que a maior parte está em casa, local em que, teoricamente, estariam mais protegidas.

As crianças que são violentadas sexualmente passam por um período de pânico, o medo de falar dos abusos levam o crime à impunidade. Por conta da pandemia, escolas e creches tiveram suas portas fechadas, dificultando o diálogo dos pequenos com os colegas e professores, o que tornou mais difícil as denúncias. Análises sobre como o isolamento social vem afetando o bem-estar dos pequenos têm movimentado os diversos atores envolvidos no tema, entre eles a Liga Acadêmica de Direito da Criança e do Adolescente (LADCA), formada por estudantes de Direito e Psicologia do Centro Universitário Tiradentes (Unit/AL).

“O contexto mundial de pandemia impôs uma série de desafios para as famílias, escolas, instituições e demais entidades públicas e privadas que se dedicam à efetivação e ao cumprimento dos direitos, sobretudo por falta de informação e conhecimento da sociedade a respeito deles. A presença dos pais é extremamente importante para o desenvolvimento, saber com quem o filho anda e com quem falar é necessário, monitorando sempre o acesso às redes sociais”, alerta João Victor Régis, estudante do 9º período do curso de Direito.

Segundo os dados do Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, no início da proliferação do coronavírus no Brasil, em março de 2020, houve um aumento de 45% nos casos de abuso sexual contra crianças e adolescente – enquanto em 2019, foram registrados no mesmo mês 11.241 denúncias, no ano passado o número subiu para 20.771.

Já em abril, no primeiro mês “em casa” devido à pandemia, houve uma leve queda dos números, com 19.663 denúncias. Porém, especialistas destacam que os dados não mostram diminuição da violência, e sim o aumento da subnotificação.

Prevenir e educar
A Liga Acadêmica de Direito da Criança e do Adolescente (LADCA) atua de forma interdisciplinar e tem como objetivo divulgar os direitos deste grupo etário, criando mensalmente eventos educativos online com a participação de pais e filhos.

No mês de maio, o tema que será abordado no evento virtual é a violência sexual infantil, levando para o público dois projetos: o ‘Cuida com Cuidado’ e o ‘Contos de Lá e de Cá’. O primeiro aborda formas simples de prevenção e que servem para alertar os pais, o segundo busca orientar as crianças sobre os cuidados, levando de maneira didática métodos que ajude a identificar quando há más intenções.

“Existe uma série de medidas que podem ser adotadas pelos pais ou responsáveis para prevenir a violência sexual. Eu entendo que é um tema muito difícil, às vezes complicado, mas extremamente necessário e que deve ser feito. O primeiro passo é incentivar a conversa, ter um diálogo aberto, efetivo e constante entre pais e filhos, ter uma relação pautada na proximidade, levar a criança a conhecer as partes do corpo, sem tabu e preconceito,” recomenda João Victor, que também é diretor de Extensão da LADCA.

O evento é gratuito e será realizado no dia 21 de maio, às 15h. Para participar basta acessar o canal LADCA Liga Acadêmica no YouTube, que também disponibiliza outros conteúdos sobre direitos da criança e do adolescente. O grupo interage ainda pelo Instagram com o perfil @ladcaunit, abordando fatos sociais relevantes.

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