PANDEMIA: com desaceleração, Hospital de Campanha suspende atendimentos

Com a queda do número de casos ativos da Covid-19 em Alagoas e a diminuição da taxa de ocupação de leitos pela doença provocada pelo novo coronavírus, o Governo do Estado encerrou, nesta segunda-feira (28), o ciclo de atendimentos do Hospital de Campanha Dr. Celso Tavares, instalado no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, no bairro Jaraguá, em Maceió. Presente à solenidade que homenageou os 354 profissionais que ali atuaram por mais de quatro meses, o governador Renan Filho explicou que toda a estrutura ficará em “stand by”, ou seja, à espera para ser reativada, caso os números relacionados à pandemia em Alagoas voltem a crescer.

“A gente vai deixar a estrutura em stand by por um período de 60, talvez 90 dias, para com toda a segurança, prudência e responsabilidade necessárias, acompanhar (os números da Covid-19) e se houver qualquer aumento da doença em Alagoas, estaremos preparados para retomar aquilo que foi interrompido”, ponderou Renan Filho, que pretende doar parte dos equipamentos do Hospital de Campanha aos municípios, após o encerramento em definitivo das atividades.

Ao lado do secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres, o governador lembrou de todo o esforço feito pelo Estado que, durante a pandemia, criou mais de 1.300 leitos exclusivos para Covid-19, abriu dois novos hospitais (Metropolitano e Regional do Norte), mudou emergencialmente o perfil assistencial do Hospital da Mulher, tornando-o um centro especializado para tratamento da doença; fez a instalação de duas Centrais de Triagem em Maceió e atuou junto aos municípios para expandir o atendimento à população no interior de Alagoas.

“O Brasil viveu momentos de muita dificuldade com falta de leitos, cortejos fúnebres em cemitérios, mortes elevadas; aqui em Alagoas, a gente tem recolhido um resultado melhor do que a média nacional”, destacou Renan Filho.

Na última semana, Alagoas registrou o maior período de quedas na média móvel de mortes em todo o Brasil, com quase 50 dias seguidos de diminuição na taxa. Já a média de ocupação dos 1.326 leitos abertos exclusivamente para pacientes com Covid-19 ficou abaixou de 20%. “Estamos com a menor taxa de ocupação de leitos desde o início da pandemia”, ressaltou.

Apesar do êxito no combate à Covid-19, Renan Filho fez uma ressalva. “Hoje vamos iniciar a desmobilização dos primeiros 154 leitos (do Hospital de Campanha), de maneira que estamos com a sensação do dever cumprindo, mas certos de que não vencemos a pandemia ainda e vamos precisar da colaboração de todos para que a gente siga levando adiante o trabalho que vem sendo feito aqui em Alagoas”, ponderou.

Para o secretário de Estado da Saúde, o Hospital de Campanha Dr. Celso Tavares, quando entregue à população, representou um momento muito importante no enfrentamento à pandemia da Covid-19.

“Graças ao planejamento da Secretaria de Estado da Saúde [Sesau], em um momento tão delicado, dispôs dos recursos financeiros para contratar e montar a estrutura do Hospital de Campanha. Construímos um dos equipamentos mais baratos do país e com uma melhor qualidade no atendimento às pessoas que aqui chegavam. Passa um filme e ao mesmo tempo temos o sentimento de dever cumprido. Agradecemos aos profissionais de saúde que estavam na linha de frente e se dedicaram ao máximo para cuidar as pessoas”, destacou Alexandre Ayres.

O secretário ressaltou, ainda, que a pandemia da Covid-19 não acabou e que a gestão estadual continua intensificando o combate, reforçando junto à população a necessidade de se manter no distanciamento social controlado, utilizando máscaras, além de manter a higienização das mãos, a fim de evitar a contaminação.

Com os baixos índices de ocupação de leitos em Alagoas, a Sesau irá desmobilizar, a partir da próxima semana, a Central de Triagens localizada no complexo Benedito Bentes, em Maceió, e, em seguida, desativar o Hospital de Campanha de Arapiraca.

Emoção

Então diretora-geral do Hospital de Campanha, Marcelle Gomes também relatou a emoção de ter cuidado de mais de 300 vidas que passaram pela unidade.

“Dos pacientes que chegaram ao Hospital de Campanha, a maioria deixou a unidade recuperada, curada e apta ao retorno para a convivência com os seus familiares. Toda a equipe do Hospital de Campanha está de parabéns, pois atuamos aqui 24h e sete dias por semana para garantir saúde de qualidade aos nossos pacientes. Enfrentar uma pandemia é algo muito desafiador, e conseguimos encarar de frente”, discursou a diretora, que a partir da inauguração no dia 5 de outubro do Hospital Regional da Mata, em União dos Palmares, será a coordenadora-geral da unidade.

Uma das pacientes do Hospital de Campanha, dona Josefa, de 70 anos, precisou ser internada na unidade por causa da infecção causada pelo novo coronavírus. Durante 14 dias, ela recebeu tratamento adequado e humanizado.

“Fui internada no Hospital de Campanha no dia 26 de junho e recebi tratamento para combater essa doença durante 14 dias. Tive a atenção de uma equipe competente e organizada. Graças a Deus e a essa equipe dedicada estou aqui para contar a minha nova história de sobrevivência”, disse dona Josefa, que ao lado do governador e do secretário de Saúde, descerrou a placa que faz menção à instalação do Hospital de Campanha no Centro de Convenções.

Desde o primeiro dia de atendimento (22 de maio) até o último final de semana, a unidade assistiu, ao todo, 317 pacientes com a Covid-19. Destes, 241 receberam alta médica e são consideradas recuperadas da doença. Houve, ainda, 66 transferências de pacientes para a rede estadual de saúde.

Concurso

Durante entrevista coletiva, o governador anunciou que realizará, no primeiro semestre do próximo ano, concurso público para a área da Saúde.

Os profissionais serão destinados ao Hospital da Mulher Dra. Nise da Silveira, Metropolitano de Maceió, Regional do Norte, do Alto Sertão e as Unidades de Pronto Atendimento (UPA).

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