Operação prende mais de dez pessoas que planejavam invadir o Maracanã na partida Flamengo x Grêmio

Dezoito pessoas foram presas, na manhã desta terça-feira, por suspeita de organizar uma invasão ao Maracanã, durante o confronto entre Flamengo X Grêmio, pela semifinal da Copa Libertadores, que acontecerá nesta quarta-feira. A investigação apontou que o bando trocava mensagens de áudio e vídeo em uma rede social para programar a invasão. Foram encontradas mensagens com ameaças de matar policiais, praticar roubos e constranger torcedores do Grêmio. Durante a ação, três pessoas foram baleadas.

De acordo com a Polícia Civil, mais de 100 pessoas foram identificadas como integrante do grupo que é alvo da operação desta terça-feira. Alguns deles têm antecedentes criminais e já respondem a processos no Juizado do Torcedor por má conduta em estádios de futebol. O Juizado Especial Criminal (Jecrim) expediu 27 mandados de prisão e 89 mandados de intimação. Ao todo, 300 homens em 113 equipes foram mobilizadas para ações na região metropolitana e no interior do estado.

A polícia chegou aos suspeitos graças a um monitoramento feito em redes sociais.

— O comportamento deles era no intuito de invadir e praticar crimes, como lesões corporais e roubos para conseguir ingressos. No intuito de impedir esses crimes, efetuamos várias diligências desde sexta-feira. Não paramos até hoje. As investigações continuam. Estamos identificando mais pessoas para pedir a prisão delas — disse a delegada Carina da Silva Bastos, titular da 18ª DP (Praça da Bandeira), em entrevista ao “Bom Dia Rio”.

De acordo com ela, alguns dos alvos da polícia têm anotações em suas fichas criminais. Algumas delas são de outros estados:

— Essas pessoas estão espalhadas pelo Rio de Janeiro inteiro e até de outros estados. Alguns têm passagens por crimes como homicídio, roubo e tráfico. O que chama mais atenção é que tem pessoas que não têm passagem mas, como estão em bando, vão se contagiando pelos outros.

Risco máximo

Na manhã dessa segunda-feira, as autoridades consideraram de risco máximo o jogo desta quarta-feira. Apenas a Polícia Militar terá 800 agentes na missão. Com público previsto de mais de 60 mil pessoas (foram colocados à venda 62 mil ingressos), significa que, no entorno do estádio, haverá um PM para cada 77,5 torcedores.

Com todos os agentes de segurança e de trânsito envolvidos (sobe de 195 para 300), o número passará de mil agentes em função do jogo decisivo. Ou seja, um para cada 56 pessoas. O 4º BPM (São Cristóvão), um dos batalhões que cedem policiais para jogos, tinha segundo levantamento feito pelo GLOBO ano passado 491 PMs lotados. O que dá 1.588 pessoas por policial.

Em reunião na sede da Ferj, nesta segunda-feira, o planejamento foi definido com a presença de representantes de Ministério Público do Rio, Polícia Civil e Militar, Batalhão Especial de Policiamento em Estádios, Guarda Municipal, Ferj, CBF e clubes.

— É muito maior do que a gente aplicou em jogos anteriores da Libertadores e do Brasileiro. Diversos pontos de bloqueio. Nosso objetivo principal é colocar policiamento no solo para dar orientação aos torcedores, somente torcedor com ingresso na área do perímetro — detalhou o comandante do Batalhão Especial de Policiamento em Estádios, Silvio Luiz.

Além do patrulhamento, o plano de segurança prevê pontos de bloqueios e barreiras de verificação de ingressos. Para este jogo, os torcedores terão de apresentar o bilhete impresso para facilitar a identificação. Esquema parecido com o feito na Copa do Mundo de 2014. No jogo do Flamengo contra o Atlético-MG, no último dia 17, já havia sido testado o bloqueio de ruas duas horas e meia antes da partida. Desta vez, o fechamento será feito a partir das 18h.

A última vez que a bandeira vermelha foi acionada numa partida no Rio foi no confronto entre Flamengo e Palmeiras, pelo Brasileiro. Na ocasião, o efetivo foi de 450 PMs e menos ruas foram interditadas. Para quarta-feira, serão nove vias.

— Criamos a classificação de risco. Das cores de bandeiras. É bom para o torcedor. Bandeira vermelha não quer dizer que não deve ir ao estádio, mas que todas as medidas serão tomadas para ele se sentir confortável e seguro de ir ao jogo — explicou o representante do Ministério Público Claudio Varela.

Invasão em 2017

Em 2017, torcedores do Flamengo, durante a partida do Rubro-negro contra a equipe argentina Club Atlético Independiente, na Copa Sul Americana, invadiram o Maracanã. Houve uma confusão generalizada num dos acessos ao estádio. A Polícia Militar tentou conter os diversos focos de invasões, mas em muitos casos não conseguiu.

Na ocasião, o Tribunal de Disciplina da Conmebol denunciou o Flamengo em dois artigos por conta das confusões. Entre as punições previstas estava multa de até US$ 400 mil, perda de mando de campo e até a exclusão de competições.

22/10/2019

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