Odebrecht: chefe do setor de propinas diz que jogou computador no mar de Miami

Hilberto Mascarenhas afirmou em delação premiada que havia ‘muito pouca coisa’ da empresa no computador. Ele disse que teve senhas bloqueadas ao se recusar a devolver equipamento.

O ex-executivo Hilberto Mascarenhas, responsável pelo Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht, setor responsável pelo pagamento de propinas, disse em depoimento de delação premiada que, após a deflagração da Operação Lava Jato, atirou um computador pessoal no mar, em Miami.

Durante o depoimento, Mascarenhas é indagado se tem armazenadas as provas das operações do departamento. Ele responde que não e que não conseguiu mais ter acesso aos dados do computador depois que o sistema de armazenamento de dados foi desativado por ordem da empresa – o setor de propinas foi desativado logo após a deflagração da Operação Lava Jato e teve parte da estrutura transferida para a República Dominicana, segundo afirmou em delação Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empresa.

“Foi enviado na minha sala um preposto da área de sistemas para pegar meu computador. Eu disse a eles que não entregaria enquanto não tirasse as minhas coisas pessoais do meu computador. Eu tinha muita coisa pessoal. E fiquei com o computador. Viajei, inclusive, para o exterior com o computador. Tentei tirar, comprei um hard disk para poder gravar as coisas pessoais, não consegui”, afirmou Mascarenhas.

Ele disse que, junto computador, jogou fora a chave eletrônica que permitia acesso aos dados. “Na hora em que eu disse que não ia entregar meu computador, ele [o funcionário da área de sistemas] bloqueou minhas senhas”, disse. Questionado sobre onde se desfez do equipamento, respondeu: “Em Miami. Joguei no mar”.

Mascarenhas afirmou no depoimento que “muito pouca coisa” da empresa estava no computador. Segundo ele, Marcelo Odebrecht orientava os executivos a não guardar informações ou documentos da empresa nos computadores pessoais.

“Marcelo vivia enchendo o saco da gente para não guardar nada no nosso, e quando ele foi preso, no dele tinha tudo. Então, eu não tinha, não tinha. Não era meu costume”, afirmou. “Joguei fora o meu computador, até chateado, porque não consegui tirar minhas coisas pessoais”, declarou.

g1

14/04/2017

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